Importações de soja da China caem em setembro com menor demanda por ração animal

As importações de soja pela China em setembro caíram 13,50% na comparação com agosto, segundo dados alfandegários divulgados nesta segunda-feira. Isso ocorreu na medida que a epidemia de Peste Suína Africana (PSA) reduziu o rebanho chinês de porcos, diminuindo a demanda por farelo de soja.

A China importou 8.2 milhões de toneladas da oleaginosa em setembro, contra 9.48 milhões de toneladas em agosto, de acordo com os dados da Administração Geral de Alfândegas.

Ainda assim, o número ficou acima das 8.01 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, com importadores aumentando as compras de grãos do Brasil devido a preocupações com a falta de oferta em meio à guerra comercial entre EUA e China.

“O volume de soja esmagada em setembro foi relativamente pequeno, uma vez que as margens de moagem e a demanda por soja caíram devido à peste suína africana”, disse Xie Huilan, analista da Cofeed, empresa de relatórios agrícolas.

O rebanho suíno chinês caiu 38,70% em agosto na comparação com um ano atrás, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais no início de setembro. Mas muitos na indústria acreditam que o impacto pode ser ainda maior que o mostrado nos dados oficiais.

“Os números ficaram dentro de nossa expectativa, uma vez que processadores aumentaram as importações de alguns grãos da América do Sul em agosto, principalmente por preocupações de que as negociações comerciais (EUA-China) poderiam não ir bem”, afirmou a analista Monica Tu, da consultoria Shanghai JC Intelligence.

Nas últimas semanas, importadores chineses realizaram mais compras de soja dos EUA, após o governo chinês ter aplicado exceções (‘waiver’) sobre suas tarifas extras, em parte como um gesto de boa vontade antes das negociações entre os dois países.

O presidente norte-americano Donald Trump disse na sexta-feira que a China concordou em realizar compras de entre US$ 40 e US$ 50 bilhões em produtos agrícolas dos EUA, uma vez que os dois países fecharam a primeira fase de um acordo para encerrar meses de guerra comercial.

Contudo, a China quer mais negociações já no final de outubro para definir os detalhes da “fase um” do acordo comercial esboçado por Trump, antes que o presidente chinês Xi Jinping concorde em assiná-lo, informou a Bloomberg nesta segunda-feira, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

Segundo a agência, Pequim pode enviar uma delegação liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He para finalizar um acordo escrito que poderia ser assinado pelos dois líderes na cúpula da Cooperação Ásia-Pacífico no próximo mês no Chile.

A China quer que Trump também descarte um aumento planejado de tarifas em dezembro, além da alta marcada para esta semana.

 

Reuters

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