Mesmo tendo colhido uma safra recorde em 2016/17, as importações brasileiras de trigo seguem em patamares muito elevados. Foram desembarcadas nos portos brasileiros 588.200 toneladas de trigo em março, cerca de 22% acima das entradas de fevereiro último, de acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Este volume foi parcialmente compensado pela exportação de 125.600 toneladas de trigo gaúcho. O produto foi adquirido com a ajuda dos leilões do governo e favorecidos pelo câmbio na época, disse o analista sênior da consultoria Trigo & Farinhas, Luiz Carlos Pacheco.
“O que motivou o aumento das importações foram os preços baixos do trigo argentino (os lotes que entraram em fevereiro foram comprados por cerca de US$ 170/175 a toneladas e hoje estão a US$ 205 a tonelada), o frete menor (o frete marítimo de 1.500 km de um porto argentino até um porto do sul do Brasil está próximo de R$ 56,50 a toneladas, enquanto o frete rodoviário de 500 km dentro do Rio Grande do Sul ou do Paraná é de R$ 90) e a isenção tributária no Brasil (o trigo de países do Mercosul entra no Brasil sem pagar nenhum imposto, contra 8% de ICMS nas transações interestaduais do país. O trigo paranaense, por exemplo, chega a São Paulo ao redor de R$ 860 a tonelada, contra R$ 798 a tonelada do trigo argentino)”, disse Pacheco.
Fonte: Agrolink