A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) divulgou, na última quarta-feira (30), uma pesquisa de Indicadores Conjunturais de julho, na qual indicou mais uma queda na receita líquida de vendas de máquinas e equipamentos, mantendo o ritmo de declínio observado desde 2022.
De janeiro a julho deste ano, as receitas com o mercado doméstico acumularam uma queda de 13,8% que, segundo a Abimaq, é atribuída à piora nas atividades deste público.
Importação
Embora o mercado interno se mostre relativamente mais fraco, o mês de julho registrou aumento nas importações de máquinas e equipamentos, tanto em relação a junho deste ano (2,4%), quanto em relação a julho do ano anterior (15,8%).
No acumulado de 2023, os maiores crescimentos de importação de máquinas foram observados nos setores relacionados a agricultura (41,5%), logística e construção civil (18,2%), e indústria de bens de consumo (16,6%).
Exportações
Já o número de exportações se manteve, de janeiro a julho deste ano, apesar da desaceleração no mercado global e valorização da moeda brasileira frente ao dólar. Houve um crescimento de 18,6% em Dólares ou 9,6% em Reais, que passaram a representar 24% da receita total do setor.
No mesmo período de 2022, as exportações corresponderam a menos de 20% da receita líquida total de máquinas e equipamentos.
Em julho deste ano, houve uma elevação tanto na quantidade (5,5%), quanto nos preços (11,4%), na comparação interanual. Desta forma, o setor fabricante de máquinas e equipamentos exportou US$ 1,170 bilhão no sétimo mês do ano, representando alta de 16,7% em relação a julho do ano passado (US$ 1,0 bi). Uma melhora que sustentou o crescimento no ano.
Exportação de máquinas para agricultura em queda
Enquanto a exportação total pela indústria nacional de máquinas para os segmentos de logística e construção civil, em julho passado, foi 32%, apresentando um crescimento de 25,8% sobre o resultado do mesmo mês anterior; o setor de máquinas para a agricultura caiu 7,3% e para bens de consumo teve queda de 12,9%, no mesmo período.
Agricultura: Mercado interno
A equipe da Abimaq falou à Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), que apesar de haver uma expectativa de crescimento do mercado de máquinas para a agricultura no Brasil, em decorrência das consecutivas safras recordes de grãos e da divulgação do Plano Safra, os resultados vieram na contramão do esperado.
“No primeiro trimestre houve um super crescimento do PIB agrícola, mas o setor de máquinas para este setor está acumulando queda de 20%. Ocorre que há muito investimento represado. Estávamos esperando que com o lançamento do Plano Safra houvesse uma recuperação destes investimentos, mas, por enquanto, ainda não se concretizou. Prevemos uma melhora, porém devemos encerrar este ano em queda”.
Principais origens das importações
China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking entre as principais origens das importações. A China, mesmo tendo registrado queda na participação nas importações nacionais de máquinas e equipamentos, de 28% em 2022 para 24,3% em 2023, se manteve como a principal origem das importações. Dos US$ 3,8 bilhões de máquinas importadas da China predomina a aquisição de componentes (30%) e máquinas para logística e construção civil (25%).
Por Equipe SNA