Importação de grãos pela China desaba em dezembro com guerra comercial

As importações chinesas de sorgo e cevada, usados em ração animal, caíram ainda mais em dezembro, conforme os dados de alfândega divulgados nesta quarta-feira, com as disputas comerciais de Pequim e os principais exportadores afetando a demanda.

A China, que anteriormente era o maior comprador de sorgo do mundo, não comprou nada em dezembro, em comparação às 160.000 toneladas um ano antes, segundo informações da Administração Geral das Alfândegas.

Pequim impôs um imposto de 25% sobre as importações de sorgo dos Estados Unidos em 6 de julho, em retaliação a medidas comerciais semelhantes adotadas por Washington.

Os Estados Unidos são o maior exportador mundial desse grão e responderam por 94% das importações da China em 2017. As importações de sorgo da China em 2018 diminuíram para 3.65 milhões de toneladas, com queda de 27,8%.

As importações de cevada, usada tanto na produção de cerveja quanto na alimentação animal, caíram para 140.000 toneladas em dezembro, com queda de 75,4% em relação ao mesmo mês de 2017.

A baixa ocorreu depois que Pequim lançou uma rodada de investigações antidumping em outubro sobre as remessas de grãos do maior fornecedor, a Austrália. Em dezembro, ainda foi aberta uma investigação sobre subsídios.

Para 2018, as importações totais de cevada atingiram 6.82 milhões de toneladas, com queda de 23,1%. A Austrália respondeu por 75% das importações de cevada da China no ano passado, segundo os dados da alfândega.

Enquanto isso, as importações de carne suína aumentaram ligeiramente em relação ao mês anterior, para 95.384 toneladas, mas ainda caíram 14,4% em relação a 2017, mesmo com o festival do Ano Novo Lunar se aproximando.

A demanda por carne de porco normalmente obtém um salto antes do feriado, que começa em 5 de fevereiro deste ano, porque as famílias costumam aproveitar a folga para consumir seus pratos de carne favoritos.

A China registrou cerca de 100 casos de peste suína africana desde agosto de 2018, aumentando as taxas de abate e o fornecimento de carne no mercado doméstico.

Os dados de alfândega mostraram ainda que as importações de milho da China em dezembro chegaram a 420.000 toneladas, com queda de 8,2% em relação ao mesmo mês de 2017. As importações para o ano inteiro subiram 24,7%, para 3.52 milhões de toneladas.

As importações de açúcar aumentaram 25,8% em relação ao ano anterior, para 170.000 toneladas em dezembro. Em todo o ano de 2018, as importações de açúcar cresceram 22,1%, para 2.8 milhões de toneladas.

 

Reuters

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