O IMEA elevou a sua estimativa de produção para o algodão plantado em Mato Grosso na safra 2022/23 em 1,22%, para 5.34 milhões de toneladas de algodão em caroço. Se confirmada, a safra será 21,96% superior à colhida na temporada passada. Em pluma, estima uma colheita de 2.22 milhões de toneladas, aumento mensal de 1,29% e 22,61% anual. As projeções foram divulgadas no relatório mensal de oferta e demanda do instituto.
A maior colheita é devida ao aumento de 1,22% na produtividade média estimada de 295,93 arrobas por hectare (+ 19,39% em relação à 2021/22), enquanto a área plantada foi mantida em 1.20 milhão de hectares (aumento de 2,15% em relação à 2021/22). “O alto patamar de rendimento é pautado, principalmente, pelos bons volumes de chuva registrados no decorrer da temporada, o que contribuiu para o desenvolvimento do algodão. Até a última sexta-feira (04) apenas 35,12% da área estimada para o estado havia sido colhida e diante disso, até o final dos trabalhos a campo a produtividade ainda pode ser reajustada”, indicou o IMEA no relatório.
Do lado da demanda, o IMEA estima exportações de 1.71 milhão de toneladas de pluma no ciclo 2022/23, aumento de 79,40% em relação ao estimado na temporada anterior. “É esperado uma melhora na demanda mundial pela fibra, visto que há indícios de uma melhora na atividade econômica dos países consumidores da pluma”, indicou o IMEA.
Em relação ao consumo interno, o IMEA projeta demanda de 24.720 toneladas de fibra no Estado e outras 513.890 toneladas sejam consumidas em outros Estados, aumentos de 4,62% e 3,74%, respectivamente, em relação à temporada passada. “Apesar da expectativa de melhora na demanda externa, os maiores estoques de passagem da safra 2021/22 para a 2022/23, somado à expectativa de uma produção recorde na temporada, refletiu no alto volume de estoques finais, que ficaram estimados em 318.580 toneladas”, indicou o IMEA.
Comercialização
O Estado de Mato Grosso comercializou até o início do mês, 72,24% da colheita prevista de algodão na safra 2022/23, avanço de 2,46% em relação a julho, informou o IMEA. A comercialização segue atrasada em relação ao mesmo período da safra 2021/22, cerca de 5,65% atrás, de 77,89%, e também em relação à média dos últimos cinco anos, de 80,07%.
Em relação à safra 2021/22, o IMEA indicou que os cotonicultores já venderam 99,06% da colheita até o início de agosto, avanço de 1,80% em relação a julho. A comercialização na comparação com o mesmo período da safra 2020/21 está 0,94% atrasada, pois as vendas já estavam concluídas. A média de comercialização dos últimos cinco anos é de 99,95%.
O IMEA informou, ainda que as vendas antecipadas da safra 2023/24 atingiram em agosto a 34,59% da colheita estimada de algodão, avanço mensal de 11,38%. No ciclo 2022/23, para o mesmo período do ano, 43,07% da fibra já havia sido negociada, o que significa que há um atraso anual de 8,47%. Já quanto à média dos últimos cinco anos de 42,80%, a comercialização também está mais lenta.