Fruto de uma cultura secular e das mais tradicionais do Brasil, a Cachaça de Paraty caracteriza-se pela produção artesanal de origem familiar. Entre os produtos com Indicação de Procedência (IP), estão a cachaça, a cachaça envelhecida, a cachaça premium e a extra premium e a aguardente de cana composta azulada.
A produção obedece às regras do Conselho Regulador da Associação dos Amigos e Produtores de Cachaça de Paraty (Apacap), cuja principal recomendação é para que a cana-de-açúcar seja produzida respeitando-se parâmetros ambientais e sociais.
O sistema de produção dos canaviais deve estar de acordo com as técnicas de plantio, adotando práticas mitigadoras dos impactos ambientais, em especial a reutilização dos subprodutos. Os produtores devem observar o correto ponto de corte da cana e sua moagem até 48 horas após, usar leveduras naturais na fermentação, fazer relatórios anuais de produção, entre outros procedimentos.
CARACTERÍSTICAS IDEAIS
Localizada no litoral sul do Rio de Janeiro, Paraty possui um clima tropical quente e úmido, com temperaturas anuais que variam de 12°C a 38°C (conforme publicação nº 702/2014 da revista A Lavoura). O verão quente e chuvoso, com alta umidade relativa do ar, seguido de um inverno frio e seco, faz com que o município reúna condições ideais para o plantio da cana-de-açúcar.
As características desse microclima influenciam no comportamento da cultura e no processo de fermentação do mosto, resultando numa bebida destilada diferenciada.
A baía de Paraty possui relevo acidentado da Serra do Mar, composto tanto por montanhas com grandes vales, quanto por planícies com várzeas extensas e férteis. é recortado por diversos rios. Essa abundância de água foi, na era colonial e imperial, o combustível fundamental para girar as rodas d’ água que moem a cana.
PRODUÇÃO ARTESANAL
A produção de cachaça de Paraty é artesanal e mantém as práticas e a forma de produção tradicionais, mas os alambiques possuem equipamentos modernos. A cachaça produzida é encorpada, com um buquê que lembra o bagaço de cana e sabor agradável, com o ardor característico da cachaça, sem agredir o paladar.
A Indicação Geográfica (IG) contribuiu para dar novo alento à produção de cachaça na região, especialmente porque o roteiro turístico local passou a incluir a visitação aos sete alambiques certificados.
Fonte: Indicação Geográfica e Revista A Lavoura Edição Nº 702/2014