A safra agrícola de 2022 deverá totalizar 263.4 milhões de toneladas, um aumento de 4% em relação ao resultado de 2021, equivalente a 10.2 milhões de toneladas a mais, indicou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de julho, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se confirmada, será uma safra recorde. Em relação ao LSPA de junho, a estimativa para a produção agrícola de grãos em 2022 foi ajustada para cima, com aumento de 0,80%.
Além disso, os produtores brasileiros deverão colher 73 milhões de hectares na safra agrícola de 2022, um aumento de 6,40% em relação à área colhida em 2021, o equivalente a 4.4 milhões de hectares a mais.
Milho
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segue apontando para uma safra de milho recorde em 2022.
A estimativa de julho indica uma safra total de 111.5 milhões de toneladas, com aumento de 27% em relação a 2021, quando houve uma grande queda na produção. O LSPA de julho indica um aumento de 9,70% na área total de milho.
“Diferentemente de 2021, em 2022, o clima contribuiu para as lavouras da segunda safra, notadamente para o milho que, em função do adiantamento da colheita da soja, pôde ser plantado, em sua maior parte, dentro da ‘janela de plantio’ na maioria das Unidades da Federação produtoras”, informou a nota do IBGE.
Em relação ao LSPA de junho, a estimativa para a produção total de milho foi ajustada ligeiramente para cima, com aumento de 0,30%.
Primeira safra
Para o milho primeira safra, a estimativa é de uma produção de 25.8 milhões de toneladas, com queda de 0,20% em relação ao LSPA de junho.
Em relação à produção de 2021, a estimativa é de crescimento de 0,30%, “apesar do aumento de 7,70% na área a ser colhida, com o rendimento médio registrando uma queda de 6,80%, em decorrência da falta de chuvas, notadamente na região Sul do País”.
Segunda safra
Para o milho segunda safra, a estimativa da produção ficou em 85.7 milhões de toneladas no LSPA de julho, com aumento de 0,40% em relação ao mês anterior e de 38% em relação a 2021, e alta de 8,50% na área plantada e de 10,40% na área a ser colhida”, informou o IBGE. Segundo o instituto, o rendimento médio anual registra um crescimento de 25%.
“A produção brasileira de milho na segunda safra é recorde da série histórica do IBGE, sendo resultado do aumento dos investimentos na cultura, motivada pelos excelentes preços do produto e pelas condições climáticas”, indicou a nota.
O IBGE destacou ainda que o forte aumento na produção de 2022 se deve, em parte, à fraca base de comparação com a safra de 2021. Ano passado, “o clima prejudicou o desenvolvimento das lavouras da segunda safra”. “Além disso, o ano agrícola atrasou, encurtando sua ‘janela de plantio’, o que também ajudou a reduzir a produção”, reforçou o IBGE.
Arroz, trigo e algodão
A produção de arroz em 2022 deverá totalizar 10.6 milhões de toneladas, uma queda de 8,50% em relação a 2021, segundo o levantamento. Já a área do arroz registrou queda de 2,70% em relação a de 2021.
A produção de trigo deverá totalizar 9.7 milhões de toneladas, de acordo com os dados de julho. Houve um aumento de 9,30% em relação à estimativa do LSPA de junho. Se confirmado, o volume será 23,90% maior do que o de 2021, “com o rendimento médio devendo alcançar 3 210 kg/ha, um aumento de 14,10%”.
A produção de algodão herbáceo em caroço foi estimada em 6.7 milhões de toneladas no LSPA de julho, com aumento de 15,30% em relação a de 2021. Já a área do algodão deverá aumentar 18,10%.
Café
Já a estimativa da produção brasileira de café para 2022, considerando as duas espécies, arábica e canephora, é de 3.2 milhões de toneladas, ou 53.2 milhões de sacas de 60 kg, no LSPA de julho. O aumento é de 0,80% em relação à estimativa de junho, e de 8,60% em relação a 2021.
Para o café arábica, a produção foi estimada em 2.1 milhões de toneladas, ou 35.1 milhões de sacas de 60 kg, com aumento de 9,60% em relação ao ano anterior.
“Em 2022, a safra do café arábica foi de bienalidade positiva, o que deveria resultar em um aumento expressivo da produção. Contudo, o clima seco e excessivamente frio do inverno de 2021, inclusive com a ocorrência de geadas em algumas regiões produtoras, reduziu o potencial de produção esperado”, indicou a nota do IBGE.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção é de 1.1 milhão de toneladas, ou 18.1 milhões de sacas de 60 kg, com aumento de 2,40% em relação ao LSPA de junho. Se confirmada a estimativa, será uma alta de 6,80% em relação à produção de 2021.