Em junho, 15 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 17 do mês anterior. As quatro maiores se deram entre os produtos compreendidos nas atividades de outros produtos químicos (4,35%), metalurgia (-3,56%), papel e celulose (2,74%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,73%).
Em termos de influência, na comparação entre junho/15 e maio/15, (0,31%), sobressaíram outros produtos químicos (0,47 p.p.), metalurgia(-0,29 p.p.), papel e celulose (0,10 p.p.) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,07 p.p.).
O indicador acumulado no ano (junho/15 contra dezembro de 2014) atingiu 2,93%, contra 2,62% em maio/15. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais sobressaíram outros equipamentos de transporte (13,85%), fumo (12,05%), papel e celulose (11,26%) e madeira (10,21%). Neste indicador, os setores de maior influência (tabela 3) foram outros produtos químicos (0,79 p.p.), papel e celulose (0,39 p.p.), veículos automotores (0,37 p.p.) e outros equipamentos de transporte (0,30 p.p.).
Ao comparar junho de 2015 com junho de 2014 (acumulado em 12 meses), a variação foi de 6,56%, contra 6,06% em maio. As quatro maiores variações de preços ocorreram em outros equipamentos de transporte (27,22%), fumo (25,27%), papel e celulose (21,16%) e madeira (20,09%). As principais influências vieram de outros produtos químicos (1,12 p.p.), veículos automotores (0,91 p.p.), alimentos (0,78 p.p.) e papel e celulose (0,71 p.p.).
ALIMENTOS
Depois de duas taxas negativas consecutivas, os preços dos alimentos variaram 0,15% na comparação entre maio e junho. Com isso, até junho, acumulou-se um aumento de 1,17% em 2015. Frente a junho de 2014, os preços mais recentes estão 3,93% superiores. Em termos de destaque, dois produtos aparecem tanto em variação quanto em influência: leite esterilizado / UHT / Longa Vida e carnes de bovinos congeladas, ambos com variações positivas.
A única variação negativa destacada se deu, em termos de influência, em açúcar cristal. O último produto entre os quatro de maior influência foi resíduos da extração de soja. Os quatro produtos tiveram influência de 0,41 p.p., na variação de 0,15%, o que significa que os outros 39 produtos alimentares tiveram influência de – 0,26 p.p..
A queda do açúcar cristal está atrelada tanto a uma menor demanda interna quanto a uma maior oferta mundial. No caso da carne, a oferta limitada tem feito com que o preço dos animais para o abate venha aumentando, o que acaba sendo passado ao preço da carne, ainda que a demanda não esteja aquecida.
No caso dos derivados da soja, em particular de resíduos da extração de soja, o aumento se justifica num ambiente de desvalorização do real, boas exportações brasileiras e, ainda, aumento dos preços da soja na Bolsa de Chicago em resposta a um clima desfavorável ao produto nos EUA. Por fim, no caso do leite, o aumento reflete o período de entressafra.
PAPEL E CELULOSE
O setor teve um aumento médio da ordem de 2,74% em junho de 2015, a maior alta nesse período do ano. Com isso, o setor acumula 11,26% em 2015, e 21,16% em 12 meses. O setor teve o terceiro maior aumento acumulado do ano, em virtude do aumento de custos de produção, incluindo custos de mão de obra e de matéria-prima, cotada em dólar.
Do aumento de 2,93% em junho de toda a indústria de transformação, o setor teve a segunda maior influência (0,39 p.p.), atrás apenas da fabricação de produtos químicos. Os produtos que mais influenciaram o aumento de 2,74% de junho foram cadernos; celulose; e papel para escrita, impressão e outros usos gráficos, não revestidos de matéria inorgânica. A influência da variação de preços do setor, em junho, no total das indústrias de transformação foi de 0,10 p.p..
OUTROS PRODUTOS QUÍMICOS
A indústria química registrou variação de 4,35%, o que gerou um acumulado de 7,30% no ano e de 10,38% na comparação com o mesmo mês de 2014, maior taxa neste tipo de comparação, desde julho de 2013. O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é muito ligado aos valores internacionais e aos preços da nafta, produto com sensível queda de preços entre dezembro de 2014 e março de 2015, mas com uma recuperação de preços no último trimestre.
Além do aumento da nafta no último trimestre, o setor apresentou uma elevação de custos associada à energia, à compra de matérias-primas e à cotação do dólar (desvalorização do real frente à moeda americana em 39,2%). Os produtos em destaque na variação de preços do mês em relação ao mês anterior foram borracha de estireno-butadieno, etileno (eteno) não-saturado, propeno (propileno) não-saturado e sulfato de amônio ou ureia.
Em relação à influência, no mês contra mês anterior, os produtos em destaque são praticamente os mesmos, apenas adubos ou fertilizantes à base de NPK substitui borracha de estireno-butadieno, mas também com valores positivos.
Os quatro produtos de maior influência representaram 3,05 p.p. no resultado de 4,35%, ou seja, os demais 28 produtos contribuíram com 1,30 p.p. No caso do acumulado no ano e nos últimos 12 meses, apenas os produtos ligados à agricultura aparecem como destaque: adubos ou fertilizantes à base de NPK e superfostatos.
OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE
Em junho de 2015, os preços do setor apresentaram variação positiva de 1,11% em relação ao mês anterior. O resultado nesse indicador depende, em grande parte, da variação da taxa de câmbio (R$/US$), tanto que, no acumulado do ano, houve uma variação de 13,9% contra uma variação cambial de 17,9% e, nos últimos 12 meses, uma variação de 27,22%, contra uma desvalorização cambial de 39,2%.
Em junho, o setor apresentou uma redução de preços, com a relação a maio, apenas no produto motocicletas com mais de 50 cm3. Para os demais produtos, nos três tipos de índices analisados (mês contra mês imediatamente anterior, acumulado no ano e acumulado nos últimos 12 meses), houve uma variação positiva de preços.
Fonte: IBGE