O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) apresentou à Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, na terça-feira (17/10), medidas para melhorar o uso do rio Paraguai no transporte de mercadorias e passageiros.
Estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) constatou que, apesar das boas condições de navegabilidade, o rio, que tem 1.270 quilômetros em território brasileiro, inclui trechos que precisam de manutenção para garantir o uso seguro durante todo ano.
No Brasil, a hidrovia Paraguai liga as cidades de Cáceres, em Mato Grosso, a Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul. Um dos principais problemas enfrentados pelas embarcações é a vegetação aquática que se desenvolve durante o período de seca e se desprende durante as cheias, prejudicando o ritmo de navegação. Outros dois problemas são a pouca profundidade e a largura do rio em alguns trechos.
O superintendente do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da UFPR, Eduardo Ratton, disse que o custo do transporte hidroviário equivale a 25% do custo do transporte rodoviário, e citou como exemplo o Mato Grosso. O estado produz 30 milhões de toneladas de soja por ano para exportação. Se cinco milhões de toneladas fossem transportadas pela hidrovia, haveria uma economia anual de R$ 1.2 bilhão.
“Aquele que hoje leva de caminhão a sua produção até Santos, Paranaguá, 1.800 quilômetros por rodovia, poderia utilizar a hidrovia com vantagem econômica bastante grande. O foco, o benefício é para o produtor. E o governo federal tem de garantir a manutenção da hidrovia para que isso se dê de forma a propiciar uma navegação segura”, afirmou Ratton.
Na opinião da deputada Christiane de Souza Yared (PR-PR), uma das requerentes da audiência pública, todos ganham com o uso da hidrovia. “A importância de estarmos sempre discutindo e trazendo essas questões à Câmara Federal, à Casa do Povo, é exatamente para que os deputados abracem essas causas”, disse.
As obras de dragagem no rio Paraguai são fundamentais para o melhor escoamento da produção de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O diretor de infraestrutura aquaviária do DNIT, Erick Moura de Medeiros, disse que também cabe ao parlamento do Mercosul articular para que os outros países por onde passa o rio façam a sua parte a fim de otimizar o uso dos 2.200 quilômetros da hidrovia fora do Brasil.
A meta, segundo Medeiros, é ampliar as oportunidades de terminais para navegação naquela região do Paraguai, no tramo norte e no tramo sul, e possibilitar que os países do Mercosul possam se beneficiar do que está sendo estudando no trecho nacional. A primeira obra, anunciou o diretor, é o Passo do Jacaré, que vai acabar com um grande estrangulamento no rio Paraguai.
O Passo do Jacaré fica na região de Corumbá. É um dos 21 trechos críticos que necessitam de dragagem. Para fazer a dragagem do rio são necessários R$ 10 milhões anuais, o mesmo custo para implantar três quilômetros de rodovias.
Fonte: Agro Notícias MT