hEDGEpoint atualiza produção da safra de cana do Centro-Sul para 615 milhões de toneladas

Os níveis mais baixos de precipitação desempenharam um papel fundamental na produção de açúcar – Foto de Kindel Media: https://www.pexels.com/pt-br/foto/agricultura-lote-grupo-porcao-7457175/

A analista de Açúcar e Etanol da hEDGEpoint Global Markets, Lívea Coda, atualiza a produção da safra de cana do Centro-Sul, no relatório recente da Consultoria. “Antes de discutir nossos números mais recentes, é importante falar sobre nossa metodologia. Para melhor estimar o volume de cana, atualizamos nossas expectativas de aumento de área, produtividade e qualidade da cana, considerando as principais fontes do mercado, como UNICA, MAPA e Conab, bem como o clima observado, medições de NDVI e tendências históricas”, disse.

E prossegue: “A partir da disponibilidade de cana, obtemos a produção de açúcar. Primeiro, as usinas conseguirão moer? A precipitação pode levar à perda de dias e retardar a moagem. A segunda etapa é entender o problema de otimização das usinas: açúcar ou etanol? O mix de açúcar é definido dependendo de qual subproduto é mais vantajoso”.

“Com relação à safra 23/24, os últimos resultados cumulativos de produtividade informados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) sugerem que a região pode atingir mais de 655 milhões de toneladas de cana e produzir 42.4 milhões de toneladas de açúcar. O índice atingiu 87.5 toneladas por hectare, um aumento impressionante em comparação com as 77.2 toneladas por hectare da última temporada. A moagem de toda a disponibilidade, 655 milhões de toneladas, leva a um aumento no volume de ambos os subprodutos: açúcar e etanol”, indicou a analista.

Os níveis mais baixos de precipitação desempenharam um papel fundamental na produção de açúcar que já atingiu o volume recorde de 42.15 milhões de toneladas, marcando um aumento substancial de 25,60% em relação ao ano anterior e de 10,30% em relação a temporada 2020/21 até meados de fevereiro.

Segundo Lívea Coda, “embora haja otimismo de que a região Centro-Sul possa ultrapassar a marca das 650 milhões de toneladas até o final da temporada 23/24, há preocupações crescentes em relação às perspectivas para 2024/25. A diminuição da precipitação nas principais regiões produtoras de cana sugere que o TCH poderá sofrer uma correção mais acentuada do que a prevista inicialmente”.

Safra 2024/25

A dificuldade em estimar a produção do Centro Sul se baseia no fato de que as chuvas foram bastante irregulares e dispersas por toda a região. Enquanto Ribeirão Preto, responsável por cerca de 14% da produção total de cana do Brasil, recebeu precipitação bem abaixo da média e permanece no limite inferior dos valores históricos, São José do Rio Preto está perto da média, assim como muitas outras microrregiões.

“Acreditamos que é prematuro prever uma grande redução na safra, mas a seca de dezembro e janeiro não pode ser ignorada. Como resultado, ajustamos nossas expectativas de cana para baixo, de 620 milhões de toneladas para 615 milhões de toneladas”, disse.

É importante observar que ainda há tempo para a cana amadurecer, e as usinas têm sobras da temporada 23/24 para começar. Além disso, a idade média da cana é menor do que nos anos anteriores. Há potencial de alta se as condições climáticas melhorarem nos próximos dias, mas também há a possibilidade de baixa se o clima não cooperar. Em última análise, o mercado é fortemente influenciado pelas condições climáticas.

“Apesar de revisarmos nossas expectativas de cana para baixo, uma tendência consistente do mercado, reforçada por observações diárias, levou a um ligeiro aumento em nossas estimativas de produção de açúcar de 41.8 milhões de toneladas para 41.9 milhões de toneladas: um aumento atribuído a um mix de açúcar mais elevado”, disse.

Vale ressaltar que a região Centro Sul tem mantido consistentemente níveis elevados de mix de açúcar, superando os recordes em 2023/24. Considerando os investimentos reportados na cristalização, não seria surpreendente se a região ultrapassasse a marca de 51% e chegasse a 51,50%.

Portanto, apesar de uma modesta redução nas estimativas de cana, o Centro Sul continua a contribuir para o sentimento de baixa, compensando grande parte da ausência observada do Hemisfério Norte.

Fonte: hEDGEpoint Global Markets
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