A partir de 1º de julho, os cacauicultores poderão contar com R$ 2.13 bilhões em crédito de investimento para a implantação, melhoramento e manutenção de suas lavouras em sistemas florestais ou agroflorestais. Os recursos fazem parte do Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), anunciado no último dia 7 pelo Presidente Michel Temer e pelo Ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2017/2018.
Antes, o plantio com incentivo do ABC só era permitido na Amazônia. Com o novo PAP, foi ampliado para as outras regiões do país, principalmente Bahia e Espírito Santo.
De acordo com o diretor da Ceplac (Departamento da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira) do MAPA, Juvenal Maynart Cunha, financiar o incremento da produção do cacau no sistema de Agricultura de Baixo Carbono é uma visão inovadora. Isto porque, acrescenta, o cacau é uma árvore nativa da Floresta Amazônica e de boa convivência com as florestas nativas. “A Ceplac é detentora da ciência e extensão rural na inserção produtiva, tanto na Floresta Amazônica quanto na Mata Atlântica”, disse o diretor.
Os projetos apresentados com essas finalidades às instituições financeiras terão limite de financiamento de até R$ 2.2 milhões por produtor de cacau, com taxas de juros de 7,5% ao ano e com prazo de pagamento de até 12 anos.
Além do cacau, também estão contempladas as plantações de açaí, oliveira e nogueira no Programa ABC.
Desafio
O Brasil é o sétimo produtor de cacau do mundo, atrás da Costa do Marfim, Gana, Indonésia, Equador, Camarões e Nigéria. Em 2017, o País importará 60.000 toneladas de amêndoas. “O grande desafio é deixar de ser importador de amêndoas africanas, para melhor atender a indústria nacional, até mesmo pelos riscos fitossanitários”, disse Maynart.
Segundo Maynart, o governo está implementando medidas que propiciem novos investimentos para a revitalização da economia cacaueira.
O Brasil tem toda a cadeia produtiva de cacau e chocolate instalada no País, estando previsto para este ano negócios da ordem de R$ 22 bilhões.
Segundo o IBGE, em 2016, a produção brasileira ultrapassou 214.700 toneladas de amêndoas secas de cacau, em uma área de 707.200 hectares. Os principais estados produtores são Bahia (116.100 toneladas), Pará (85.800 toneladas), Rondônia (5.200 toneladas) e Espírito Santo (5.500 toneladas). Atualmente, o consumo interno é de cerca de 190.000 toneladas de derivados de cacau.
Fonte: MAPA