Governador de MT, Pedro Taques é contra taxação para exportações do agro

Governador de Mato Grosso, Pedro Taques diz, ao lado do presidente da Abag, Caio Carvalho, que “a condução do Estado proposta pela presidente Dilma Rousseff estava recheada de equívocos políticos e econômicos, que resultaram em um déficit de quase R$ 170 bilhões, além de intervenções no domínio econômico das quais eu sou totalmente contrário”. Foto: Gerardo Lazzari
Em coletiva à imprensa, ao lado do presidente da Abag, Caio Carvalho, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, comenta que “a condução do Estado proposta pela presidente Dilma Rousseff estava recheada de equívocos políticos e econômicos, que resultaram em um déficit de quase R$ 170 bilhões, além de intervenções no domínio econômico das quais eu sou totalmente contrário”. Foto: Gerardo Lazzari

“Não cabe a um Estado que se diz democrático estabelecer limites para a exportação.” Com essas palavras, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, a exemplo de outras lideranças do setor, posicionou-se contrário à possibilidade de taxação de exportações de produtos agrícolas, defendida pelo governo federal com o objetivo de equilibrar as contas da Previdência Social.

“Vivemos em um Estado em que a Constituição preserva a iniciativa privada. A mão invisível do mercado resolve isso, ou seja, o próprio mercado deve ser o regulador dos negócios”, ressaltou o governador do Mato Grosso, em coletiva de imprensa realizada durante o 15º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) em São Paulo (SP), na segunda-feira, 8 de agosto.

Sobre sua possível candidatura à presidência da República nas eleições de 2018, o governador do Mato Grosso foi taxativo: “Quero ser um bom servidor público, ajudar da melhor forma o meu Estado para que o meu Estado possa ajudar cada vez mais o Brasil”, esquivou-se com diplomacia.

Ao comentar sobre o fato de o Brasil pouco agregar valor para vender os produtos agrícolas para o mercado externo, Taques afirmou que não julga vergonhoso o país ser um grande exportador de commodities, tanto minerais quanto agrícolas. “Não considero isso um problema, mas concordo que é preciso verticalizar a produção e agregar valor”, acrescentou ele, enfatizando o fato de a indústria gerar muito mais empregos do que o setor produtivo primário.

 

GARGALOS

Sobre os gargalos que dificultam a industrialização dos produtos agrícolas, em sua região, o governador destacou os problemas de logística, pelo fato de Mato Grosso ser um grande produtor de grãos e ficar distante dos principais centros consumidores do país, seguidos do alto custo da energia e da falta de mão de obra qualificada. “Em algumas cidades do Estado há vagas disponíveis no mercado, porém não há profissionais preparados para trabalhar”.

Segundo o governador, nos próximos 10 anos, o Mato Grosso produzirá praticamente 80% da proteína animal e vegetal do País. “Hoje já produzimos 52 milhões de toneladas de grãos, o equivalente a 27% da produção nacional; no entanto, para continuar evoluindo e produzindo mais para atender à demanda, a mão de obra qualificada será fundamental”, observou Taques.

 

PECUÁRIA

Taques comparou a pecuária de Mato Grosso com a dos Estados Unidos. “Somente em Mato Grosso, são 30 milhões de cabeças de gado bovino, e, em todos os EUA são 86 milhões, porém, a diferença é que a produtividade americana é muito maior que a nossa, devido aos investimentos e, principalmente, às pesquisas em agricultura de precisão”, justificou. “Para que possamos atingir uma produtividade similar, investir em pesquisa é fundamental, pois eu não vejo como superar esses desafios senão pelo conhecimento”, salientou.

O governador também destacou a sanidade do rebanho, lembrando que o Estado de Mato Grosso está livre da febre aftosa e de outras enfermidades que possam prejudicar o desenvolvimento saudável e sustentável da atividade pecuária.

“Por meio do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso), erradicamos não só a febre aftosa, como também a peste suína clássica, o que nos rendeu um reconhecimento em Paris, há dois meses, o que prova que estamos caminhando na direção correta”, pontuou.

 

POLÍTICA

Questionado sobre o processo do impeachment e seus efeitos colaterais, tanto na economia quanto na política brasileira, Taques lembrou que foi um dos primeiros a se colocar de forma favorável ao impedimento da presidente afastada.

“A condução do Estado proposta pela presidente Dilma Rousseff estava recheada de equívocos políticos e econômicos que resultaram em um déficit de quase R$ 170 bilhões, além de intervenções no domínio econômico das quais eu sou totalmente contrário, pois acredito que as próprias leis do mercado podem solucionar seus problemas”, argumenta.

O governador também ressaltou a credibilidade no sistema. “Uma palavra muito importante, e que precisa ser resgatada, é a confiança, pois em um governo sem credibilidade não há investimentos. Então, a decisão pelo impeachment tem também a responsabilidade de resgatar essa fé por parte dos investidores. E já podemos ver exemplos disso acontecendo, como na indústria de papelão, que já tem dado sinais de aquecimento”, exemplificou Taques.

 

Por equipe SNA/SP

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