O agronegócio tem um peso importante no desenvolvimento econômico e social de Goiás e, consequentemente, do País. Dados mais recentes do governo mostram que o Estado aparece como primeiro produtor de sorgo e tomate; terceiro em girassol, milho e algodão; quarto de soja, feijão e leite; sexto em cultivo de trigo; e oitavo, de arroz.
Possui o terceiro maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 22 milhões de cabeças, o que representa 10% de participação nacional no segmento. Cerca de 70% de tudo que os produtores rurais goianos exportam vem do setor agrícola, o que atesta a vocação para o agro da região.
“Goiás tem na agropecuária a sua vocação histórica e, embora busque o crescimento industrial, não abrirá mão, como já assegurou o governador Marconi Perillo, de fortalecer as atividades do campo, com incentivos fiscais, tecnologia, infraestrutura e prospecção de mercados, entre outros benefícios”, informa José Eliton de Figuêredo Júnior, em entrevista exclusiva à equipe da SNA/RJ. Ele, que também é vice-governador reeleito, foi recém-empossado como secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED Goiás).
“A produção agropecuária é um esteio da economia em nosso Estado e terá todo o apoio deste governo. É nosso compromisso intensificar a atenção ao setor, tornando-o cada vez mais moderno e competitivo”, destaca.
Ao assumir o novo cargo, acumulando as duas funções, José Eliton terá uma árdua tarefa pela frente ao comandar aquela que já vem sendo chamada de “super secretaria”, depois que o governo estadual realizou o enxugamento da matéria administrativa, no início de 2015.
“Do ponto de vista da finalidade, a nova secretaria pode ser considerada uma super secretaria, por sua abrangência. Pela primeira vez na administração do nosso Estado, teremos em uma mesma pasta a convergência de diferentes setores produtivos e, ao mesmo tempo, as instâncias responsáveis por articular e viabilizar o atendimento de importantes demandas desses setores, como infraestrutura, logística, incentivos, pesquisa e inovação, a busca de mercados e outras”, ressalta.
Em sua opinião, essa junção de diversas áreas facilitará as ações do governo. “Isso nos possibilitará atender aos setores produtivos em processos menos burocráticos, mais ágeis. A criação dessa superestrutura, no entanto, ao contrário do que se imagina, produzirá uma redução considerável nos gastos públicos, principalmente nos setores administrativos e técnicos que eram comuns às diferentes pastas”, justifica José Eliton.
De acordo com o vice-governador e secretário da SED, as diretrizes para a agricultura no Estado, contendo as ações necessárias para o fortalecimento do segmento, ainda estão sendo definidas e logo serão avaliadas e repassadas à sociedade goiana e ao País.
“O governo vem mantendo uma política de incentivos e apoio aos produtores, grandes e pequenos, em todas as regiões, com oferta de infraestrutura e logística, de forma a assegurar a expansão e a diversificação das atividades e a modernização dos processos de produção e transformação.”
COMPETITIVIDADE
Conforme José Eliton, a intenção do Executivo estadual é tornar o Estado ainda mais competitivo, melhorando o ranking que a região já ocupa hoje. Segundo o Índice de Competitividade do Agronegócio, divulgado recentemente pelo Instituto da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) 2014, Goiás aparece em oitavo lugar (com 0,455), atrás de São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. O levantamento considera um indicador que varia de zero a um e avaliou todos os 26 Estados brasileiros, além do Distrito Federal.
Em relação ao ranking de ambiente macroeconômico do ICNA, que considera o mercado interno e o alcance do mercado externo, Goiás aparece em 12º (com 0,32). No levantamento que considera o mercado de trabalho no campo, o Estado é líder com índice de 0,763.
Todo o processo de crescimento do agronegócio goiano vem se refletindo nos resultados da balança comercial do Estado, alavancada pelas exportações de grãos e carnes.
“Enquanto a balança comercial brasileira contabilizou um déficit de US$ 3,930 bilhões no ano passado, a balança goiana fechou o ano com um superávit de US$ 2,56 bilhões. Em janeiro, as exportações avançaram 1,3% em relação a janeiro de 2014, e as importações recuaram 38,8%, mantendo a balança superavitária. Isso é resultado dos esforços do governo e torna o Estado cada vez mais atraente aos investidores”, informa o secretário e vice-governador.
CRISE HÍDRICA
Após dois anos consecutivos, o agronegócio goiano também vem amargando prejuízos, assim como grande parte do País, por causa da seca prolongada. Por isso, o governo estadual está observando e vem se reunindo com diversos setores do agronegócio, com o intuito de implantar ações que possam minimizar os impactos das mudanças climáticas no campo.
“Esta é uma questão que nos preocupa, principalmente em relação à produção primária. Estivemos reunidos recentemente com entidades representativas desse setor, quando discutimos questões importantes que afetam a nossa produção agrícola, de maneira especial a crise hídrica que se abate sobre o Brasil e, em particular, o Estado de Goiás.”
De acordo com José Eliton, o governo está em alerta sobre o problema. “Estamos de olho, porque um eventual prejuízo na produção representaria um impacto na balança comercial, uma vez que esses produtos representam mais de 40% das nossas exportações. Por enquanto, estamos descartando o estado de emergência hídrica, mas o governo está atento, analisando todas as circunstâncias para adotar as medidas necessárias caso a situação se agrave.”
DIÁLOGO COM O GOVERNO FEDERAL
Historicamente, o PSDB do governador de Goiás, Marconi Perillo, é adversário político do PT da presidente Dilma Roussef e do PMDB do vice-presidente da República, Michel Temer, assim como da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kátia Abreu, senadora reeleita no ano passado pelo PMDB (ela se licenciou do cargo parlamentar para assumir a pasta).
“Embora o partido do governador Marconi Perillo não seja da base aliada da presidente da República, Goiás tem mantido um diálogo profícuo com as várias instâncias do governo federal, contabilizando excelentes resultados. Encontramos as portas sempre abertas e respostas importantes para os anseios do povo goiano”, garante José Eliton.
“Estivemos recentemente com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, a quem levamos as demandas relacionadas ao transporte intermunicipal e projetos de irrigação. Também discutimos assuntos relacionados ao Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Reuniões como esta são importantes para consolidar nossos projetos junto ao governo federal. Elas serão constantes. A parceria com o governo federal contribuirá, sem dúvida, para a manutenção do crescimento econômico do nosso Estado.”
Sobre Kátia Abreu, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento acredita na gestão da ministra do Mapa, que nasceu em Goiás, mas construiu sua história familiar e profissional no Estado de Tocantins.
“A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, tem um histórico de luta e defesa do setor agropecuário brasileiro, conhece profundamente os problemas enfrentados pelos produtores e declarou, ao assumir o Ministério, que irá trabalhar com determinação para promover a valorização do homem do campo, do agronegócio, daqueles que são os grandes responsáveis por encher a mesa dos brasileiros. Assim, não há dúvida de que teremos na pessoa da ministra uma grande aliada para as causas dos produtores goianos.”
VISÃO PRECONCEITUOSA DEVE ACABAR
Abordando outros aspectos que giram em torno do Estado, quem vive em Goiás sabe bem que muitos (a maioria por desconhecimento, de fato) consideram a região uma verdadeira “roça asfaltada”, principalmente porque o forte da economia local é a agropecuária. Para José Eliton, esta visão deturpada não condiz com a realidade.
“Essa é uma visão depreciativa do nosso Estado disseminada, principalmente, por aqueles que viviam ou vivem nos centros urbanos do litoral. Nós, que estamos no Centro-Oeste, em região de Cerrado, temos nossas raízes em uma sociedade agrária e uma cultura singular, que se formou no encontro de diferentes povos. A roça e tudo o que implica o termo devem, portanto, nos orgulhar. É a nossa história, o nosso chão.”
De acordo com José Eliton, baseado em dados da economia goiana, o Estado desponta no cenário nacional como um dos mais promissores. “Temos conquistado posições de destaque em várias áreas, como na economia e na educação. E tudo isso resulta em melhoria da qualidade de vida do povo goiano. Essa visão (depreciativa), acredito eu, não reflete a nossa realidade.”
INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
Assim como grande parte do País, Goiás também tem seus gargalos relacionados à infraestrutura e logística, apesar de estar em uma localização privilegiada (bem no Centro do Brasil).
“Goiás tem avançado muito nesse aspecto, embora ainda tenha o que melhorar. Nos últimos quatro anos, o governo reconstruiu e pavimentou mais de cinco mil quilômetros de rodovias em todas as regiões do Estado e construiu mil quilômetros de asfalto. Foram investidos mais de R$ 4 bilhões na malha viária”, informa José Eliton.
“Uma das prioridades desta gestão será a continuidade desses investimentos na modernização das rodovias estaduais. Estabeleceremos um programa de grande alcance que dê aos produtores a garantia de escoamento da produção. Em breve, estaremos inaugurando o Aeroporto de Cargas de Anápolis, que será o segundo maior do País.”
Conforme o vice-governador e secretáqrio da SED, já foram feitos investimentos no Porto de São Simão, município do Sudoeste goiano, que contará com duas novas eclusas para navegação até a cidade Itumbiara.
“Com a conclusão de obras ferroviárias e a integração da plataforma multimodal, no eixo de desenvolvimento econômico Goiânia–Anápolis–Brasília, teremos grande potencial logístico disponibilizado para todos os setores produtivos do Estado”, aponta o vice-governador e secretário da SED.
Por equipe SNA/RJ