Garantia de origem e procedência

A Embrapa Pecuária Sudeste e a startup Taggen Industries and Services, especializada em IoT e RFID, trabalham juntas no desenvolvimento de uma solução tecnológica para monitoramento individual de bovinos desde o nascimento até o consumidor final.

O produto, que já está em fase de testes na fazenda Canchim em São Carlos (SP), sede da Embrapa Pecuária Sudeste, tem como meta ser viável economicamente e de fácil implantação para que seja adotado em escala em todo território nacional.

Segundo o CEO da Taggen, Werter Padilha, a parte técnica já está concluída, mas existem ainda alguns desafios que serão solucionados pela parceria. “O agora é viabilizar formas de acelerar os próximos passos visando vencer aos desafios tecnológicos ainda existentes, validar a solução em mais ambientes e atender as expectativas do setor pecuário brasileiro”, aponta Padilha.

A meta é que o produto seja viável economicamente e de fácil implantação. Foto: CNA
A meta é que o produto seja viável economicamente e de fácil implantação. Foto: CNA

Cenário

Um dos desafios do setor agropecuário brasileiro é garantir a origem da carne e assegurar que o gado não foi criado em áreas com passivos ambientais e sociais, como regiões de desmatamento. O sistema de rastreabilidade e monitoramento, em desenvolvimento pela Embrapa e Taggen, vai contribuir com este objetivo de agregar valor ao produto final, tanto para o mercado interno como para exportação.

De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, que coordena o projeto na Embrapa, a tecnologia, que está sendo avaliada a campo com os animais criados a pasto, já é adotada em ambientes indoor.

“Estamos agora nos adequando e iniciando no campo (outdoor) para rastrear, monitorar, localizar e gerenciar os animais em tempo real. O principal problema ainda é a conectividade, já que a ideia é o monitoramento de toda a vida do animal, desde o nascimento até o consumidor final. Outro é o custo, que deve ser viável para adoção em escala dos pecuaristas”, explica o pesquisador.

Tecnologia vai contribuir com o objetivo de agregar valor ao produto final. Foto: Embrapa

Para a diretora de vendas e desenvolvimento de mercado do CPQD, Sirlene Honório, não há um grande desafio de tecnologia nesse projeto que não possa ser superado, porque as soluções tecnológicas avançam muito rapidamente. “O desafio está em ser viável e possível de escalar. Para atender o cliente, é preciso observar um ou mais desses pilares: aumentar a receita, diminuir um custo ou eliminar riscos”, afirma.

Experimento

A pesquisa está sendo conduzida na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). Sessenta animais já estão sendo monitorados na fazenda experimental do centro de pesquisa. Vinte vacas de leite e 40 bovinos de corte em sistema extensivo e intensivo com integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF).

A inovação é baseada, inicialmente, em tecnologia de comunicação digital sem fio BLE (Bluetooth Low Energy), composto de dispositivos individuais (beacon), leitores (gateways) e a plataforma TG Bov da Taggen de monitoramento em cloud com aplicativos em tablets e smartphones também.

Pesquisa está sendo conduzida com vinte vacas de leite e 40 bovinos de corte em sistema extensivo e intensivo com integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF). Foto: Embrapa

A ideia é que a ferramenta não exija alta qualificação do operador, porque os dispositivos são de simples instalação seja no animal ou no ambiente, simplificando e acelerando seu processo de uso. “Queremos que os dispositivos sejam fáceis de adquirir, instalar e usar. O monitoramento dos animais precisa estar disponível ao pecuarista onde quer que ele esteja. É a aplicação direta e imediata do conceito ‘plug and play’, ou seja, o cliente compra e ele mesmo instala”, fala Padilha.

Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste

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