Algumas gangues chinesas estão espalhando o vírus da peste suína africana em fazendas do país, para comprar os porcos com preço mais baixo e vendê-los como se fossem saudáveis. Segundo a revista China Comment, que é afiliada à agência de notícias estatal Xinhua e realizou a investigação, essas gangues se utilizam mais fortemente de boatos sobre o vírus, mas em alguns casos utilizam até drones para espalhar a doença entre porcos saudáveis.
“Uma de nossas filiais avistou drones lançando no ar objetos desconhecidos em nossa pocilga, e uma inspeção posterior encontrou o vírus nessas coisas”, disse um gerente de fazendeiro aos repórteres.
Nesse cenário, a doença reduziu os rebanhos suínos do país em mais de 40% devido a abates em massa projetados para impedir que ela se espalhe ainda mais. A escassez resultante viu os preços da carne suína mais que dobrarem, oferecendo oportunidades para os criminosos explorarem.
A polícia chinesa já interceptou 10.000 porcos vivos, somente na província de Yunnan, alguns infectados pelo vírus, destinados a outras províncias.
Um relatório da agência chinesa informou que a polícia acreditava que uma quadrilha havia contrabandeado 4.000 porcos da província em um dia, isso porque os contraventores estavam subornando inspetores e falsificando certificados de quarentena para contrabandear os animais por meio das fronteiras provinciais.
“Em um desses casos, em Lichuan, uma cidade na província central de Hubei, a doença se espalhou pela área após um veterinário forjar certificados para animais infectados. Os contrabandistas estão tentando lucrar com o aumento nos preços depois que viram o custo da carne subir de cerca de 20 yuans por quilograma para 52,30 yuans no mês passado”, indicou a Associação Catarinense de Criadores de Suínos.
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