G7 pede arquivamento de projetos de lei que determinam a taxação do agro no Paraná

O G7, grupo que reúne as sete principais entidades representativas do setor produtivo do Paraná, enviou em 23 de novembro um ofício ao governo do estado, solicitando a retirada definitiva de pauta dos Projetos de Lei (PLs) 494/22 e 498/22 da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que poderão causar impacto negativo ao agronegócio. As propostas fazem parte de um pacote enviado pelo executivo à Assembleia no dia 21 de novembro.

O PL 494/22 faz alterações na legislação que trata do ICMS, aumentando a alíquota de diversos produtos, em especial a alíquota modal, que passaria de 18% para 19%, ou seja, um acréscimo de 5,50% na carga tributária. O Projeto de Lei tem por objetivo mitigar as perdas de arrecadação decorrentes das reduções do ICMS para energia elétrica, combustíveis e serviços de comunicação. A proposta foi analisada pela Comissão de Finanças e Tributação da Alep e recebeu parecer favorável.

Já o PL 498/22, cuja discussão foi retirada da pauta da Alep em 22 de novembro após pressão do setor rural, autoriza a criação do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado do Paraná (FDI-PR), voltado, principalmente, a investimentos e obras em rodovias. A proposta previa como principal fonte de recursos desse novo fundo a taxação de produtos da agricultura e da pecuária paranaenses.

Impactos

“O aprimoramento da fiscalização é uma medida eficaz para equilibrar recursos pela administração pública, ao passo que a majoração de carga tributária inviabiliza a competitividade e o desenvolvimento econômico e social de nosso estado, impactando no preço final dos produtos e serviços, na geração de empregos e, portanto, na qualidade de vida de cada cidadão”, indicou o G7 em ofício.

Mobilização

A retirada do PL 498/22 da pauta da Assembleia Legislativa foi resultado direto de mobilização da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), que, em tempo recorde, providenciou uma articulação política envolvendo sindicatos rurais e produtores para a intermediação com deputados. O Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR preparou uma Nota Técnica com um diagnóstico da situação do agronegócio, apontando que os altos custos de produção somados à nova taxação impactariam o setor em quase R$ 2 bilhões.

A Federação emitiu uma nota de repúdio contra o projeto, apontando que não houve consulta ao setor agropecuário. No posicionamento, a entidade ressaltou seu entendimento de que a proposta do governo tem relação direta com o fim das concessões das rodovias, cuja renovação não foi concluída em tempo hábil.

Crítica

Em artigo intitulado “Bate carteira do agro”, o presidente da Faep, Ágide Meneguette, classificou a criação da taxação como uma chantagem rasteira que não contempla o interesse público.

“Como a cobrança do ICMS sobre produtores agrícolas está diferida há décadas, cobrar imposto sobre comida seria um escárnio. Esses governos querem uma Lei que diga: se o produtor rural não quer ter o ICMS cobrado, então que pague a taxa que ele está criando para construir as rodovias que foram abandonadas por ele mesmo”, escreveu Meneguette.

Apesar da retirada do projeto da pauta de votação, o governo do estado não detalhou se a proposta será extinta ou se deve ser reformulada e reapresentada à Alep. Em vista disso, a Faep ressaltou que vai manter sua atuação política para garantir que não haja prejuízos ao setor produtivo paranaense.

Sobre o G7

O G7 é formado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) e Associação Comercial do Paraná (ACP).

Fonte: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG)
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