O gigante mercado do Oriente Médio, Ásia e Emirados Árabes se abriu para as frutas brasileiras. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), melão, uva, manga e limão tahiti são as mais exportadas, especialmente para o bloco do Oriente Médio (Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos) e para o continente asiático, especificamente, China e Coreia do Sul.
Ainda aparecem na lista banana, maçã, mamão e laranja. De janeiro a outubro houve um aumento de 2,80% comparado ao mesmo período de 2019. No total, foram exportadas 725.759 toneladas este ano.
A manga teve seu destaque com 163.758 toneladas, e em segundo lugar ficou o melão fresco, com 155.043 toneladas. Na terceira posição estão os limões e lima, com 105.426 toneladas.
E o cenário deve ser ainda melhor nos três últimos meses do ano. “A intenção é fechar o ano com US$ 1 bilhão de dólares em receita. Se não atingirmos o valor total, ficaremos muito próximos. Tudo vai depender do câmbio”, disse o presidente da Abrafrutas, Eduardo Brandão.
Os países do Oriente Médio chamam a atenção, uma vez que foram responsáveis pela importação de cerca de 15.000 toneladas de frutas em 2019. A liderança disparada é dos Emirados Árabes, que ficaram em 13º lugar de países importadores de frutas brasileiras, com 8.500 toneladas. Em segundo lugar está a Arábia Saudita, com 3.500 toneladas.
Certificação é exigência
O mercado consumidor muçulmano, que soma cerca de 1.8 bilhão de pessoas no mundo, exige certificação halal para comprar os produtos. A jurisprudência baseada na religião islâmica pede garantias da produção e atesta que as frutas seguiram regras como boas práticas de fabricação, segurança e de qualidade.
A certificação halal tem sido solicitada, inclusive, por países que não são árabes e nem muçulmanos, como o Japão, China e Canadá. Antes, bastava ter a certificação do produto para ser exportado, mas hoje a maioria dos importadores estão exigindo o selo de qualidade halal em toda a cadeia produtiva.
Segundo Omar Chahine, gerente comercial da comercial da Cdial Halal, uma das certificadoras que atua no Brasil, a auditoria halal para o mercado de frutas compreende toda a cadeia, desde o plantio, colheita, pré-seleção e classificação, beneficiamento, lavagem, sanitização, enxague, secagem, aplicação de cera, armazenamento e transporte.
“Avaliamos desde os insumos, lubrificantes e outros ingredientes, para que o processo tenha total garantia de segurança do produto e que atenda às normas da jurisprudência islâmica, principalmente em relação à proibição de de qualquer procedência suína e também de álcool”, disse Chahine.
Fonte: Agrolink