Frio preocupa cafeicultores do Cerrado Mineiro

A onda de frio e as recentes geadas têm preocupado agricultores de grande parte do Brasil. Um dos setores que ainda tenta contabilizar os danos e mantém o olhar atento na meteorologia são os produtores de café do Cerrado Mineiro. “No momento o clima está estabilizado, mas há previsões de uma nova onda de frio aqui na região no fim do mês”, diz o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Juliano Tarabal.

A região que abrange 55 municípios produz 12% do café brasileiro e tem 25% da área plantada com o grão no estado de Minas. Neste inverno, as geadas ocorreram até em áreas em que nunca ocorrem, como é o caso do município de Indianópolis, um dos municípios mais afetados da região.

“Foram registradas ocorrências mais generalizadas do que de costume para a nossa região”, afirma o superintendente da federação. De acordo com Tarabal, além de Indianópolis, foram registradas geadas nos municípios de Araguari, Monte Carmelo, Patrocínio e Serra do Salitre. Em outros municípios da região, houve ainda ocorrências pontuais de geada, mas não tão extensas como nos municípios citados.

O superintendente da Federação explica que o cálculo da extensão dos danos ainda não pode ser feito. “O levantamento da área afetada é complexo. O trabalho tem de ser feito em campo e a gente tem de esperar um pouco a recuperação da planta para saber qual foi o nível de dano. O dano pode não ser só na folha, como também na gemas florais. Aí, isso pode dificultar a florada quando vierem as chuvas, em setembro e outubro”, explica o superintendente da Federação.

Tarabal acrescenta que as plantas de café mais jovens são as que correm mais risco com as geadas. “As lavouras mais afetadas mesmo são as mais jovens, que têm menor poder de recuperação. Já as lavouras adultas podem passar por poda maior e se recuperar mais facilmente”, explica.

A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), que também representa cafeicultores de Minas, informou que em sua área de ação não houve impactos relevantes com as geadas mas que técnicos continuam a fazer avaliações.

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