Frigoríficos suspendem compra de boi a termo e programas de certificação

O cenário de incerteza da pecuária bovina, o aumento dos riscos e a falta de liquidez do mercado futuro levaram os grandes frigoríficos a suspenderem as compras de boi a termo. Por esse tipo de operação, comum no mercado até no ano passado, companhias e pecuaristas firmavam contratos para a compra futura de um volume físico de bovinos a preços prefixados pela arroba. Além disso, segundo executivos do setor que participam do encontro de confinadores e recriadores da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto (SP), a queda na demanda pela carne freou a procura por animais de melhor qualidade e programas de certificação de raças feitos pelas companhias com os pecuaristas foram suspensos.

Segundo Fabiano Tito Rosa, gerente de compra de gado da Minerva Foods, diante da baixa liquidez e da queda no número de contratos de boi gordo negociados na BM&FBovespa, as companhias têm mais dificuldade de buscar no mercado futuro a proteção para os negócios feitos no mercado a termo. “Quando a gente fazia o termo, 100% do risco era do frigorífico. Diante do mercado atual, com a ameaça ao fluxo de caixa das chamadas de ajuste, não vale a pena”, disse. “Este ano, ou uma parte deste ano, não vamos fazer (compras a termo). Mas, sim, no ano próximo, posso reavaliar”, disse.

A Minerva Foods, segundo ele, oferece outras opções ao pecuarista, entre elas as compras no balcão, e ainda está montando operações de “barter” que são as trocas de insumos para a pecuária pelo correspondente em arrobas de animais a serem abatidos no futuro. Leandro Bovo, sócio da Radar Investimentos, ratifica a posição de Tito Rosa e lembra que o número de contratos abertos na BM&FBovespa para o boi gordo chegou a 70.000 no passado e hoje está em 10.000, o que mostra a baixa liquidez no mercado futuro. “Companhia precisava travar na bolsa para negociar com o pecuarista, o que está difícil. Para o pecuarista, uma saída são os contratos de opção de venda, os quais, na prática, ele compra um seguro para poder vender a arroba por um preço mínimo no mercado futuro ou negociar por um valor maior no mercado físico.”

Leia a notícia na íntegra no site da IstoÉ Dinheiro com informações do Estadão Conteúdo

 

Fonte: IstoÉ + Estadão

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