Por Mauro Zafalon
A aceleração da produção de soja e de milho no Centro-Oeste ocorre em um momento de melhora na saída das exportações brasileiras de grãos pelo chamado Arco Norte.
Essa denominação resulta da definição de uma linha imaginária que atravessa o território brasileiro indicando os portos acima de Ilhéus (BA).
Se destacam nessa região os portos de Itacoatiara (AM), Santarém e Barcarena (PA), Santana (AP), São Luís (MA), Salvador e Ilhéus (BA), saídas para o agronegócio.
Em 2010, apenas 14% das exportações brasileiras de milho e de soja saíam por esses portos. Em 2015, o percentual foi de 21%, subindo para 32% no ano passado.
Neste ano, tomando como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o percentual de soja exportado de janeiro a setembro é de 55%. As duas principais saídas são Barcarena e Santarém, que acumulam 36% das exportações mato-grossenses da oleaginosa.
Principal produtor de soja e de milho do país, Mato Grosso já exportou 21.8 milhões de toneladas de janeiro a setembro deste ano, no valor de US$ 7.4 bilhões.
A saída dos grãos pelos portos do Nordeste e do Norte têm aliviado os custos dos produtores. Segundo a Conab, o custo do frete no mês passado estava com queda de até 11% em relação aos de setembro de 2019.
Uma tonelada de soja de Sorriso (MT) a Miritituba (PA), que custava R$ 190,00 no ano passado, recuou para R$ 170,00 neste. Já a carga da mesma cidade mato-grossense para Santos custava R$ 300,00 em setembro, 3% mais do que há um ano. A queda nos preços do frete ocorreu também devido à entressafra na região.
A Conab destaca a importância da melhoria da infraestrutura e da logística para o avanço da produção brasileira de grãos.
O escoamento é importante tanto para o mercado interno como para o externo. Segundo o órgão, ele é o alicerce para o Brasil se colocar e se manter como um dos principais participante do mercado internacional.
Os portos do Arco Norte desempenham a função também de bases de importação de insumos para a agricultura. Pelo menos 1.23 milhão de toneladas de fertilizantes entrou por esses portos até setembro.
Folha de S. Paulo