FGV: produção agroindustrial volta a dar sinal de reação em março

Após uma sequência de oito variações interanuais negativas, iniciada em julho de 2021, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) encerrou março em alta de 1,80% em relação ao mesmo mês do ano passado, garantida por um avanço de 3,80% no grupo formado por alimentos e bebidas.

No setor de produtos não alimentícios ainda houve queda, embora marginal (0,20%). Em relação a fevereiro, o PIMAgro subiu 0,70%. Foi o quinto aumento seguido em comparações de um mês com o imediatamente anterior.

O FGV Agro realça que mesmo com os resultados positivos recentes, o indicador não recuperou todas as perdas anteriores e permanece 1,10% abaixo do patamar de antes do início da pandemia, em fevereiro de 2020.

O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.

O FGV Agro também informou que, apesar da recuperação de março, o indicador fechou o primeiro trimestre em queda de 1,40% em relação ao mesmo período de 2021 e que o cenário continua complicado.

“O setor agroindustrial, assim como a indústria em geral, ainda tem dificuldades para encontrar matérias-primas e sofre com a alta dos custos; a inflação continua corroendo o poder de compra da população; o mercado de trabalho ainda está desaquecido, já que lida com uma maior proporção de empregos informais e queda da renda, apesar da relativa melhora da taxa de desocupação, e o crédito se mantém caro por conta das elevadas taxas de juros”, indicou o centro de estudos.

O aumento do grupo de produtos alimentícios e bebidas, de 3,80% em relação a março de 2021, foi puxado pela alta de 12% das bebidas (20%). Nos alimentos, o aumento foi de 1,50%, determinado pela elevação de 2,70% nos produtos de origem animal.

Na área de produtos não-alimentícios, pesaram para a queda de 0,20% os recuos de biocombustíveis (38,60%) e têxteis (9%), mas limitaram o tombo os aumentos dos insumos (20,50%) e do fumo (17,90%).

 

 

Fonte: Valor

Equipe SNA

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