Ferrugem asiática da soja se alastra pelo País

Focos do fungo foram registrados em pontos distantes e já afetam safra 18/19. 

O Brasil registrou novos casos da ferrugem asiática de soja. De acordo com o Consórcio Antiferrugem, foram identificados 14 focos em áreas comerciais na safra 2018/2019. A ferrugem-asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é considerada a doença mais severa da cultura, podendo causar perdas de até 80% de produtividade.

Desde o primeiro foco registrado no último dia 31 de outubro, em Porto Mendes (PR), o número de casos vem crescendo rapidamente e em pontos bem distribuídos.  Desta vez, vou verificado um foco em Quilombo (SC), dois em São Paulo (São Miguel Arcanjo e Itapeva) e onze no Paraná (Mariópolis, São Pedro do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon (Porto Mendes), Nova Santa Rosa, Nova Cantu, Ubiratã, Juranda, Campo Mourão, Peabiru, São João do Ivaí e Jaguariaíva).

O fungo foi relatado no Brasil em 2001 e encontrou nas condições favoráveis para sua sobrevivência e multiplicação durante todo o ano, explica Godoy.  “O fungo se dissemina pelo vento e pode incidir em qualquer estádio da cultura, porém é mais comum após o fechamento do dossel, em razão do acúmulo de umidade e da menor incidência de radiação solar nas folhas baixeiras, por onde a doença tende a começar”, diz.

De acordo com Godoy, sua introdução trouxe consequências para o sistema produtivo da soja e seu controle é feito por meio da integração de medidas como a adoção do vazio sanitário (período de 60 a 90 dias sem soja na entressafra), com objetivo de reduzir o inóculo do fungo que só sobrevive em plantas vivas; semeaduras no início da época recomendada com cultivares precoces. Para escapar da época de maior incidência do fungo; utilização de cultivares com genes de resistência e utilização de fungicidas.

Para Godoy o controle da doença tem sido ameaçado pela menor sensibilidade do fungo aos principais fungicidas colocando em risco a sustentabilidade da cultura. Genes de resistência têm sido incorporados às cultivares, mas as opções ainda são restritas.

“Existem 120 fungicidas com registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle da ferrugem, porém a eficiência dos fungicidas vem sendo reduzida em razão da seleção de isolados do fungo menos sensíveis ou resistentes aos mesmos”, explica Godoy

Na safra 2015/2016, o primeiro foco em lavoura comercial foi registrado no dia 6 de novembro, também em São Paulo. Diferentemente da safra passada, que esteve sob o efeito do fenômeno El Niño, que pode provocar chuvas irregulares no Sudeste e no Centro-Oeste, atraso nas chuvas na região Nordeste e chuvas acima da média para a região Sul, nessa safra as condições climáticas tendem à neutralidade ou à influência do fenômeno La Niña.

Equipe SNA/ Rio. 

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