Os resultados de um ciclo de quatro anos de experimentos com a cultura do feijoeiro, encerrado em 2014, pela pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) mostram que se destacaram os lançamentos e extensões de uso de cultivares para Mato Grosso do Sul. O pesquisador Marcio Akira Ito, um dos pesquisadores nos experimentos – que lembra que o responsável por ensaios de projeto anterior, foi o pesquisador Carlos Lasaro Pereira de Melo – cita alguns exemplos de cultivares da Embrapa: BRS Ametista, BRS 9435 Cometa, BRS Radiante, BRS Estilo, BRS Notável, BRS Ponta, BRS Requinte, BRS Campeiro, BRS Esplendor, BRS 7762 Supremo e BRS Valente (saiba onde encontrar e quais as características da cultivares no Portal da Embrapa Produtos e Mercado: www.embrapa.br/produtos-e-mercado/feijao).
O pesquisador explica que, por serem trabalhos “finalísticos” de Valor de Cultivo e Uso (VCU) do melhoramento genético, são avaliadas diversas linhagens em comparação a cultivares considerados padrões. “São realizados ensaios de cultivares/linhagens de feijão carioca comum (ciclo normal – médio, semi-precoce), ensaios de feijão/linhagens de feijão carioca precoce (ciclo precoce) e ensaios chamados de TAL – Teste de Adaptação Local, nos quais estão sendo avaliados cultivares comerciais e algumas linhagens de feijão carioca e preto com relação a adaptabilidade às condições climáticas de Mato Grosso do Sul.
No Estado, Marcio Ito informa que há ensaios representativos em praticamente todas as regiões. Atualmente, estão no campo dos seguintes municípios: Dourados, no campo experimental da Embrapa Agropecuária Oeste; Ponta Porã, na Fazenda Itamaraty – área da Agraer; Itaquiraí, na Fazenda Dom Francisco – Copasul; Aquidauana, no campo experimental da Uems; e Selvíria, campo da Unesp, de Ilha Solteira). “Provavelmente no final deste ano [2015] será realizado também um ensaio em Chapadão do Sul, na área da UFMS no município”, conta o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.
Época de semeadura
Por isso a época de semeadura da cultura do feijão-comum é um dos estudos a campo realizados na Embrapa Agropecuária Oeste – conhecimento divulgado por vários meios, como Dias de Campo, Seminários e por meio de publicações como o Comunicado Técnico escrito no segundo semestre de 2014, que continua atual, pelos pesquisadores Carlos Ricardo Fietz, Carlos Lasaro Pereira de Melo, Éder Comunello, Danilton Luiz Flumignan, Auro Akio Otsubo.
A pesquisa em quatro épocas de semeadura de cultivares de feijão de ciclo comum – uma indicada pelo zoneamento agrícola para MS (15 de janeiro) e três fora da recomendação (5 e 25 de fevereiro e 15 de março) – foi feita com a análise dos dados meteorológicos da estação meteorológica da Embrapa Agropecuária Oeste (de 1980 a 2013).
Entre os resultados obtidos, a conclusão é que “para minimizar da deficiência hídrica, semeaduras em março são mais favoráveis que em janeiro, mas têm risco similar às realizadas em fevereiro. Considerando temperaturas altas, semeaduras na segunda quinzena de fevereiro e início março são mais recomendadas; e para minimizar o risco de geadas, semeaduras em janeiro e fevereiro são mais indicadas”, explica Fietz.
Ao analisar os dados obtidos, os pesquisadores chegaram a conclusão que, com baseados três fatores de risco climático, a recomendação é semear o feijão-comum de segunda safra na segunda quinzena de fevereiro no sul de Mato Grosso do Sul.
Seminário – esses e outros temas, como projeção de custos de produção com Alceu Richetti, analista da Embrapa Agropecuária Oeste (o resultado definitivo sairá em setembro/outubro deste ano); doenças, com Margarida Ito, do IAC; e prospecção de demandas com Milton Padovan, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste foi tratado em Seminário sobre a cultura do feijoeiro, no dia 11 de junho, de manhã e à tarde, em Naviraí, na Associação Recreativa Esportiva Copasul (Arec) e no campo onde estão alguns dos ensaios experimentais da Embrapa. O público foram técnicos da Ater e produtores rurais da região.
Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste