A produção de açúcar do centro-sul do Brasil deverá aumentar mais de 10% na nova safra (2020/21), que começa oficialmente em abril, com a expectativa de um maior volume de cana e perspectivas de melhores preços para o adoçante, estimou nesta quinta-feira a consultoria INTL FCStone.
Essa conjuntura levou a FCStone a aumentar a estimativa de produção de açúcar para 29.4 milhões de toneladas ou cerca de 3% a mais que na estimativa de outubro. A safra atual do maior exportador global da commodity deve encerrar em 26.6 milhões de toneladas.
O total de cana destinada à produção de açúcar foi estimado em 37,80%, contra 34,10% em 2019/20, com a consultoria citando a alta de preços do adoçante, que oscilou recentemente perto de máximas de dois anos na bolsa de ICE de Nova York.
Além disso, a consultoria mencionou mais competitividade da commodity frente ao etanol de cana, cuja produção deve cair quase 6%, com menor destinação de cana para a fabricação do combustível.
“Ao analisarmos a curva de futuros do demerara na ICE/NY em 2020, se observa que as cotações, quando convertidas a R$/L de etanol hidratado PVU, são superiores aos patamares praticados pelo setor alcooleiro nos respectivos períodos dos últimos anos, até mesmo em relação a 2019, que já foi caracterizado por cotações atipicamente elevadas do biocombustível”, indicou o relatório assinado pelo analista Matheus Costa.
A destilação de etanol de cana, por sua vez, deve totalizar 29.9 bilhões de litros, com aumento de 500 milhões de litros em relação a estimativa anterior, mas recuando na comparação com históricos 31.7 bilhões de litros de 2019/20.
A moagem de cana do centro-sul do Brasil em 2020/21 foi estimada em 595 milhões de toneladas, contra 585.7 milhões de toneladas na estimativa de outubro e aumento de 0,90% em relação a safra anterior. Para rever os números, Costa citou a maior taxa de renovação de canaviais e chuvas consideráveis nas últimas semanas, entre outros fatores.
O analista também destacou o aumento de mais de 50% na produção de etanol de milho do centro-sul em 2020/21, para 2.5 bilhões de litros, com novas unidades entrando em operação. Isso não impedirá, no entanto, que a produção total do biocombustível (considerando também o de cana) caia 2,80% em 2020/21, para 32.4 bilhões de litros.
Reuters