As exportações de soja do Brasil em 2020 deverão totalizar 77 milhões de toneladas, estimou nesta segunda-feira a consultoria INTL FCStone, que elevou em um milhão de toneladas a previsão em relação à estimativa do mês anterior, com a forte demanda chinesa por uma grande safra nacional.
“Além dos embarques estarem muito acelerados, com o recorde mensal histórico atingido em abril, as vendas da safra 2019/20 também estão muito adiantadas para o período”, indicou, em nota, a analista de inteligência de mercado do grupo, Ana Luiza Lodi.
Dados do governo mostraram que, em maio, as exportações do Brasil totalizaram 15.5 milhões de toneladas. Foi o segundo maior volume mensal da história, abaixo apenas das mais de 16 milhões de toneladas de abril.
A FCStone elevou ainda em 0,23% a estimativa de produção brasileira de soja, para 120.85 milhões de toneladas na safra 2019/20, com altas produtividades em Minas Gerais, Bahia e outros estados, mais do que compensando as perdas no Rio Grande do Sul. Os estoques finais da oleaginosa foram calculados em 1.33 milhão de toneladas.
Milho
Já a projeção da segunda safra de milho do Brasil é de 71.4 milhões de toneladas, contra 72.6 milhões de toneladas na estimativa de maio, com o tempo seco no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul impactando a previsão.
“O clima mais favorável ao desenvolvimento do cereal em outros estados, como Mato Grosso, impediu cortes mais expressivos na produção da segunda safra de milho”, informou a FCStone.
Já a produção total de milho no ciclo 2019/20 deve cair para 98.76 milhões de toneladas, com redução de 1,20% em relação ao total divulgado em maio, em decorrência de ajustes negativos para a safrinha.
Com relação à exportação, a estimativa do grupo foi mantida em 35 milhões de toneladas, volume que representa uma queda de 15% em relação ao exportado em 2018/19.
“Apesar da desvalorização do real em 2020, o que favorece a competitividade do cereal brasileiro, a safra recorde norte-americana ainda poderá pesar sobre o volume dos embarques do Brasil”, apontou o relatório.
Os impactos da pandemia sobre a demanda pelo cereal continuam sendo acompanhados, mas não houve novos cortes no número de consumo interno.
Com a queda da produção brasileira, os estoques finais da safra 2019/20 foram reduzidos para 7.7 milhões de toneladas, contra 11.14 milhões de toneladas no ciclo anterior.
Reuters