A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) aprovou por unanimidade a moção de repúdio ao pedido feito pela indústria para taxar em 30% as exportações brasileiras de gado em pé. O documento foi encaminhado, na quinta-feira, 19, à senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e aos sete ministérios que integram a Câmara de Comércio Exterior (Camex).
“Somos totalmente contrários a todo e qualquer contigênciamento de exportação. O mercado é que decide se o produto destina-se ao consumo interno ou se segue para o exterior”, afirma Carlos Sperotto, presidente da Farsul.
O Rio Grande do Sul é o segundo exportador de gado em pé do Brasil. Em 2011, Estado embarcou 17,8 mil novilhos em pé para países do Oriente Médio. O volume representa menos de 1% do rebanho gaúcho. “A exportação de gado em pé não prejudica o mercado, pelo contrário, ajuda a equilibrar os preços”, avalia Sperotto.
Para a federação, a taxação das exportações é um risco que pode atingir outros produtos exportados pelo Brasil. “Não podemos correr o risco de desestabilizar o setor produtivo, a exemplo da Argentina”, conclui.
A Camex deverá deliberar sobre o pedido protocolado pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), União Nacional da Indústria e Empresas de Carne (UNIEC) e Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) na reunião do mês de maio.
Em março, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebuínos (ABCZ) também manifestou repúdio ao pedido da indústria.
Fonte: Portal DBO