O Brasil não para de quebrar recordes com a soja, e nem o porto de Paranaguá (PR), que agora em julho embarcou a maior volume de farelo de soja da história em um único navio. Vale lembrar que o recorde anterior ocorreu em junho e chamou a atenção pelo carregamento de 103.000 toneladas de farelo.
Desta vez, o navio E.R Bayonne recebeu, no berço 2014, mais de 104.200 toneladas de farelo de soja, o maior volume de granel de exportação já movimentado pelo porto.
“O porto de Paranaguá é um porto graneleiro, referência no mercado internacional e entre os exportadores brasileiros pela eficiência e pelo modelo único, adotado no Corredor de Exportação, que garante agilidade no embarque dos granéis”, disse o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
“Esses fatores fazem com que, cada vez mais, embarques volumosos aconteçam por aqui”. Segundo ele, a tendência é receber cada vez mais navios graneleiros de grande porte.
“O Paraná já prepara o projeto de remodelação, modernização e repotenciamento do Corredor de Exportação, que permitirá que nossos portos sejam ainda mais competitivos”.
Operação gigante
A embarcação chegou na madrugada da última segunda-feira (20/7) e começou a carregar pela manhã, apesar da névoa.
A carga que começa a encher os porões do navio tem origem em três diferentes terminais: Cotriguaçu, Coamo e Silos Públicos (horizontais). São quatro operadores envolvidos no carregamento (Céu Azul, Gransol, Cotrigraçu e Coamo) e o granel vem de cinco exportadores: Agrária, Cocamar, Cargill, Coamo e ADM.
O E.R Bayonne tem bandeira da Libéria. Assim como o Pacific South (das Ilhas Marshall) que, em junho, carregou pouco mais de 103.000 toneladas, este navio também mede 292 metros de comprimento e 45,05 metros de largura e tem nove porões (dois a mais que as embarcações que normalmente carregam granéis pelos terminais paranaenses.
Infraestrutura
O diretor de operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, afirmou que os portos do estado são preparados em infraestrutura marítima e terrestre para receber e operar grandes embarcações e volumes de carga.
“Estamos atentos a esse mercado dos navios de grande porte e fazemos todos os ajustes operacionais, nos berços, para recebê-los”, disse Teixeira, acrescentando que esse tipo de super navio geralmente não opera direto, como é feito comumente com as embarcações de até 225 metros.
“O navio, devido ao tamanho, precisa fazer o giro para carregar, o que demanda mais tempo de atracação. Em contrapartida, levam duas vezes a quantidade de carga de uma embarcação que temos com mais frequência (de 65.000 toneladas)”, indicou o diretor de operações.
Tendência
Segundo ele, a vinda desse segundo navio indica uma tendência de mercado. “Se querem operar com esse tipo de navio de maior porte, o Porto de Paranaguá deve evoluir e construir as condições necessárias, de infraestrutura marítima, terrestre e armazenagem”.
Para Teixeira, o frete por tonelada, usado em embarques volumosos, deixa o produto exportado por Paranaguá ainda mais competitivo.
“Paranaguá tem uma história na movimentação do farelo de soja, devido às fábricas instaladas na área de influência, que aumentam a demanda. Temos força e tradição no carregamento do produto”, disse. Atualmente, o Porto de Paranaguá é o segundo do país na exportação de farelo de soja.
Destino
O farelo de soja carregado em Paranaguá será levado para o porto de Rotterdam na Holanda. A operação no porto paranaense deve ser concluída até sexta-feira (24/7), data prevista para a saída do navio.
Canal Rural