O farelo de soja foi um dos destaques das exportações do setor agropecuário do Brasil no mês passado. Pela primeira vez, o produto liderou o ranking das exportações do setor classificado pela Secex como indústria de transformação.
O País exportou 2.76 milhões de toneladas de farelo de soja em maio, 38% a mais do que no mesmo mês do ano passado.
Argentina enfrenta problema
Principal exportadora mundial de farelo, a Argentina está com problema na produção desse insumo, devido à quebra de safra da soja provocada por seca na região. O Brasil ocupa parte do mercado deixado pelo país vizinho. As exportações brasileiras deverão atingir 21 milhões de toneladas no ano.
Nos quatro primeiros meses, as receitas com o farelo de soja já somam US$ 5,1 bilhões, superando em 18% o valor de janeiro a maio do ano passado. O volume aumentou em 10% no período, e os preços médios praticados subiram 7%, conforme dados da Secex.
As exportações de soja em grão, devido ao atraso da safra brasileira e ao ritmo mais lento de vendas pelos produtores nos meses anteriores, totalizaram 15.6 milhões de toneladas em maio, um recorde para o mês, mas ainda abaixo das 16.1 milhões de abril de 2021.
O volume do mês passado supera em 47% o do mesmo período de 2022, e as receitas aumentaram 23%. Os preços praticados pelo mercado externo, no entanto, foram 16% inferiores aos de há um ano.
Exportação de arroz é destaque
As exportações de arroz também continuam sendo destaque neste ano. De janeiro a maio, as vendas externas geraram receitas de US$ 240 milhões, 48% a mais do que no mesmo período do ano passado. A oferta interna do cereal caiu neste ano e a produção, pela primeira vez nos últimos 25 anos, ficará abaixo das 10 milhões de toneladas, segundo dados da Conab.
Cenário positivo para proteínas
O cenário melhorou para as proteínas de aves e suína, que tiveram aumento nas vendas, mas piorou muito para a carne bovina, que registrou uma queda de 26% nas receitas acumuladas no ano. O volume embarcado caiu 11%, e os preços tiveram redução de 17%, em média.
O mercado chinês, o principal para a carne bovina brasileira, foi fechado logo após a ocorrência do caso atípico de vaca louca no Pará. Já está reaberto, e as exportações totais totalizaram 168.500 toneladas no mês passado, 11% a mais do que em maio de 2022.
Segundo dados ainda preliminares da Secex, as exportações da agropecuária, sem os produtos da indústria de transformação, como açúcar e carnes, totalizaram US$ 9.2 bilhões no mês passado, 16% a mais do que no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, as receitas são de US$ 35 bilhões, com aumento de 7,50%.
Fonte: Folha de SP