FAO: Índice de Preços de Alimentos cai 0,90% em dezembro, mas acumula alta de 28% em 2021

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 133,70 pontos em dezembro, com queda de 1,20 pontos (0,90%) em relação a novembro, porém maior em 25,10 pontos (23,10%) em comparação com o mesmo mês de 2020.

O resultado mensal, segundo a FAO, interrompeu uma sequência de quatro altas consecutivas. Com exceção do Índice de Preços dos lácteos, todos os outros subíndices registraram quedas mensais, com os preços internacionais dos óleos vegetais e do açúcar caindo significativamente em relação ao mês anterior.

Em 2021, o Índice de Preços teve média de 125,70 pontos, com alta de 27,60 pontos (28,10%) acima do ano anterior, e com todos os subíndices apresentando uma média maior do que em 2020.

Cereais

O Índice de Preços dos Cereais registrou média de 140,50 pontos em dezembro, com queda de 0,90 pontos (0,60%) em relação a novembro. Segundo a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais do trigo caíram com a melhora da oferta no Hemisfério Sul e a desaceleração da demanda.

“No entanto, os preços do milho foram mais firmes, sustentados pela forte demanda e preocupações com a persistência do clima seco no Brasil”, destacou a FAO. As cotações do sorgo subiram, em parte influenciadas pelos mercados de milho, enquanto os preços da cevada caíram ligeiramente, assim como as cotações do arroz.

Em 2021, os preços do milho e do trigo ficaram, respectivamente, 44,10% e 31,30% mais altos do que suas respectivas médias de 2020, principalmente por causa da forte demanda e oferta mais restrita, especialmente entre os principais exportadores de trigo.

Óleos vegetais

O levantamento mensal da FAO também mostrou que o Índice de Preços dos Óleos Vegetais registrou média de 178,50 pontos em dezembro, caindo 6,10 pontos (ou 3,30%) em relação aos recordes recentes.

“O declínio foi impulsionado pelo enfraquecimento dos preços do óleo de palma e girassol, enquanto os valores do óleo de soja e colza permaneceram praticamente inalterados na comparação mensal”, apontou a FAO.

As cotações internacionais do óleo de palma caíram em dezembro, refletindo principalmente a demanda de importação global moderada em meio às preocupações sobre o aumento de casos da Covid-19.

“Em contrapartida, os preços da soja e do óleo de colza se mantiveram fortes, amplamente sustentados, respectivamente, pela demanda firme de importação principalmente da Índia e pelo prolongado aperto da oferta global”, informou a FAO.

Em 2021, o Índice de Preços do Óleo Vegetal atingiu a média de 164,80 pontos, até 65,40 pontos (ou 65,80%) em comparação com 2020, marcando a maior alta anual de todos os tempos.

Carnes

Na sondagem mensal da FAO, o Índice de Preços das Carnes registrou média de 111,30 pontos em dezembro, ligeiramente alterado em relação a novembro e 16,50 pontos (17,40%) acima do valor do ano anterior. Segundo a FAO, as cotações da carne suína caíram pelo sexto mês consecutivo, principalmente por causa da redução nas compras da China.

“As cotações internacionais das carnes de ovinos diminuíram com o aumento da oferta da Oceania, assim como os preços da carne de frango que foram pressionados devido ao aumento da oferta global”, destacou a entidade.

Em 2021, o Índice teve média de 107,60 pontos, 12,10 pontos (12,70%) acima de 2020. Entre as diferentes categorias, a carne ovina registrou o aumento mais acentuado nos preços, seguida pelas carnes bovina e de aves, enquanto os preços da carne suína caíram marginalmente.

Laticínios

O Índice de Preços de Laticínios, por sua vez, registrou a média de 128,20 pontos em dezembro, 2,30 pontos (1,80%) em relação a novembro e 19,00 pontos (17,40%) superior ao do mesmo mês do ano passado. Em dezembro, as cotações da manteiga e do leite em pó subiram acentuadamente pelo quarto mês consecutivo, segundo a FAO.

“A forte demanda de importação persistiu, mas a oferta permaneceu restrita, resultante da menor produção de leite na Europa e na Oceania”, informou a organização. Apesar da baixa produção de leite, a produção de queijo na Europa aumentou, já que os produtores preferiram o queijo aos laticínios alternativos, causando uma queda marginal nos preços do lácteo.

Açúcar

A FAO calculou, ainda, que o Índice de Preços do Açúcar ficou, em média, em 116,40 pontos em dezembro, com queda de 3,80 pontos (3,10%) em relação a novembro, primeira queda em cinco meses.

“A queda refletiu preocupações sobre o efeito da variante Ômicron do Covid-19 na demanda global por açúcar após a retomada das medidas de contenção do vírus em muitas regiões”, indicou a entidade.

A desvalorização do real frente ao dólar norte-americano e a queda dos preços do etanol também contribuíram para a redução dos preços mundiais do açúcar em dezembro.

Em 2021, o Índice teve média de 109,30 pontos, um aumento de 29,80 pontos (ou 37,50%) em relação a 2020 e o maior desde 2016. “Ao longo do ano, as preocupações com a redução da produção no Brasil em meio à maior demanda global por açúcar, sustentaram o aumento dos preços”, indicou a FAO.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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