A Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso) realizou, em São Paulo, a última etapa do projeto Futuros Produtores do Brasil. O projeto, que tem o Senar-MT como parceiro, reúne filhos de produtores rurais e empresários matogrossenses do setor do agronegócio, a fim de prepará-los para assumir os negócios da família. O objetivo é despertar nos jovens a paixão pelo agro, estimulá-los a terem interesse pelas diversas oportunidades de carreira dentro do setor e, assim como fazer com que eles deem continuidade às atividades da família.
Foram selecionados 30 jovens de 15 regiões do Estado, na faixa de 16 a 19 anos de idade, cursando terceiro ano colegial ou primeiro ano de Faculdade. Antes de virem a São Paulo, onde visitaram o porto de Santos e a BMF Bovespa, eles participaram de quatro encontros em Mato Grosso, quando conheceram diversos sistemas e técnicas de produção em fazendas modelo. O primeiro aconteceu em maio, na fazenda Filadélfia, em Campo Verde, quando aprenderam mais sobre produção de grãos, algodão e piscicultura. O segundo foi realizado na fazenda Capão de Angico, em Poconé, e abordou a pecuária. Já o terceiro encontro aconteceu na fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte, considerada modelo na integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF).
Conhecer a dinâmica de exportações de grãos de dentro do Porto de Santos foi, segundo os participantes, uma experiência única. Considerado o maior porto da América Latina, é pelo terminal de Santos que cerca de 60% da soja mato-grossense é exportada. Os futuros produtores visitaram o Terminal Exportador do Guarujá (TEG), administrado de forma compartilhada pelas multinacionais Cargill e Louis Dreyfus Commodities (LDC). É por este terminal que serão exportados neste ano, cerca de cinco milhões de toneladas de grãos (entre soja e milho). A capacidade para armazenar grãos é de 90 mil toneladas, além de outras 100 mil toneladas de açúcar.
Segundo o diretor executivo da Famato, Seneri Paludo, o objetivo da visita foi apresentar aos Futuros Produtores do Brasil uma noção de como funciona a atividade agropecuária para além das propriedades rurais. “O agronegócio é muito mais amplo do que os perímetros da fazenda. Ele está globalizado, assim como as oportunidades profissionais”, destaca Paludo.
De acordo com ele, esse trabalho foi extremamente importante, não só pelo ponto de vista social, mas também pelo ponto de vista de individual, “percebemos que houve uma evolução muito grande no que diz respeito ao relacionamento pai e filho. Temos caso, aqui, de jovens que queriam seguir outras carreiras como medicina, advocacia, etc. e já estão considerando em fazer cursos voltados para o agronegócio, quer dizer, querem dar continuidade e desenvolver mais ainda o trabalho dos pais na propriedade rural. O processo de sucessão familiar obteve excelente resultado nesse grupo”.
Para o estudante Matheus Lenz, de Sorriso, disse que a experiência de conhecer o porto é algo que ele irá levar para a vida. “Nunca imaginei que um dia eu teria a oportunidade de estar no porto, ver os navios sendo carregados. É uma experiência muito interessante que me fez ver o agronegócio além das nossas lavouras”, comenta Lenz.
“De dentro da nossa propriedade é difícil entender a importância do nosso trabalho, cujo fruto vai daqui para o mundo. Saio daqui entendendo melhor a dimensão que o agro tem. É uma oportunidade muito grande”, afirma a estudante de Tapurah, Natália Becker de Oliveira.
Por Equipe SNA/SP
