A SNA dá continuidade à parceria com a Embrapa Soja e seus pesquisadores na divulgação de trabalhos em andamento, ou já concluídos, de cunho acadêmico, informações com profundidade técnica para estudantes, professores e interessados em se aperfeiçoar no agronegócio.
Pragas em soja armazenada podem representar uma preocupação para os armazenadores, em função de: (a) a migração de insetos é facilitada pelo armazenamento de outras espécies de sementes na mesma unidade de beneficiamento; (b) perda de qualidade da semente atacada por insetos; e (c) perda de todo o trabalho e valor econômico da semente que deverá ser comercializada como grão para a indústria, portanto, é importante que seja efetuado o manejo integrado de pragas.
O expurgo ou fumigação é uma técnica empregada para eliminar pragas infestantes em sementes e grãos armazenados mediante uso de gás. Deve ser realizado sempre que houver infestação no lote, silo ou armazém. Esse processo pode ser realizado nos mais diferentes locais, desde que observadas a vedação do local a ser expurgado e as normas de segurança para os produtos em uso.
O gás liberado ou introduzido no interior do lote de sementes deve ficar nesse ambiente em concentração letal para as pragas. Por isso, qualquer saída ou entrada de ar deve ser vedada sempre com materiais apropriados, como lona de expurgo, com no mínimo 150 micras de espessura e confeccionada com material impermeável a gases.
As principais pragas de armazenamento, responsáveis pela deterioração das sementes e que se destacam-se em especial são: os besouros Lasioderma serricorne, Oryzaephilus surinamensis, Cryptolestes ferrugineus, e a traça Ephestia kuehniella. O responsável técnico pelo armazenamento das sementes de soja deve seguir as recomendações técnicas preconizadas pelo Manejo Integrado de Pragas de Sementes Armazenadas – MIPSEMENTES, usando, quando necessário, o expurgo das sementes com fosfina.
Este expurgo deverá obedecer a concentração mínima de 400 ppm de fosfina em todos os locais onde foi realizado o tratamento, e um período mínimo nunca inferior a 120 horas de exposição ao gás que é considerado eficiente, ou seja, para que todas as fases de vida do inseto (ovo, larva, pupa e adultos) sejam eliminadas.
O expurgo pode ser feito ao longo do período de 210 dias de armazenamento com três sessões de expurgos num intervalo de 90 dias cada uma, sem que haja prejuízos significativos nas qualidades fisiológica e sanitária da semente de soja. A medição da concentração do gás fosfina durante o expurgo deverá ser feita com auxílio de equipamentos específicos para a medição da concentração de fosfina, já disponíveis no mercado brasileiro. Mais informações sobre este tema podem ser obtidos na publicação Expurgo da semente de soja com fosfina e seu efeito na qualidade fisiológica, disponível para download AQUI.
Autores: Francisco Carlos Krzyzanowski, José de Barros França-Neto, Fernando Augusto Henning, pesquisadores da Embrapa Soja e Irineu Lorini, consultor e pesquisador aposentado da Embrapa Soja. Artigo também publicado no Canal Rural.
Edição de texto e imagem para SNA: Por Marcelo Sá – jornalista/editor e produtor literário (MTb13.9290)
