A balança comercial de março de 2015 mostrou que alguns produtos apresentaram cenário positivo nas exportações brasileiras. Entre eles estão o cacau e seus produtos, com aumento de 19,3% nas exportações; o café em grão (+13,5%); animais vivos (+14,2%); carne bovina industrializada (+8,1%); café solúvel (+4,8%); produtos lácteos (+4,8%); e couros e seus produtos (+1,3%). “Há expectativa, ainda, de abertura de novos mercados para os lácteos brasileiros, o que favorece a balança comercial do agronegócio do país”, comentou a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo.
As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 7,88 bilhões em março de 2015, queda de 1,1%, em relação a março de 2014. As importações também obtiveram queda, de 05%, e passou de US$ 1,42 bilhão em março de 2014 para US$ 1,41 bilhão em março de 2015. Portanto, o saldo da balança comercial foi de US$ 6,47 bilhões. Os dados são do Sistema de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat).
“A retração dos preços das commodities agrícolas está sendo compensada, em parte, pela desvalorização do real frente ao dólar, proporcionado ao produtor a manutenção ou até mesmo a ampliação da renda recebida em reais, dependendo do produto em análise”, afirmou a secretária Tatiana Palermo. “No primeiro trimestre do ano, houve desvalorização cambial em torno de 19% na cotação do real frente ao dólar”, disse.
Principais setores
Entre os cinco principais setores exportadores do agronegócio em março e 2015 estão: complexo soja, carnes, produtos florestais, complexo sucroalcooleiro e café. Estes setores foram responsáveis por 79,9% do valor total exportado pelo Brasil.
O complexo soja foi o principal setor, com exportações que atingiram a cifra de US$ 2,81 bilhões. No setor, a soja em grãos foi o destaque, com embarques de 5,6 milhões de toneladas, quantidade 10,2% inferior a exportada em março de 2014. “Apesar da queda nas exportações de soja em grãos no primeiro trimestre de 2015, há previsão de crescimento da produção para esse ano em mais de 8 milhões de toneladas, gerando, consequentemente, potencial significativo de ampliação das vendas externas do produto ao longo dos próximos meses”, ressaltou a secretária Tatiana Palermo.
“Embora em menor ritmo, as exportações estão seguindo a mesma tendência de crescimento dos anos anteriores, de modo que o pico dos embarques deverá ocorrer nos meses de abril/maio”, completou. Já as exportações de farelo de soja tiveram incremento de 50,3%, passando de US$ 362,65 milhões em março de 2014, para US$ 545,18 milhões em março de 2015.
Em segundo lugar nas exportações estão as carnes, com US$ 1,17 bilhão em março. No setor, a carne de frango foi responsável por US$ 571,92 milhões das exportações e a carne bovina, por US$462,70 milhões. Já a carne suína exportou US$ 84,16 milhões e a carne de peru, US$ 22,76 milhões.
Os produtos florestais ficaram na terceira posição entre os principais exportadores em março deste ano, com o montante de US$ 920,93 milhões, o que representou aumento de 25,9% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com nota da SRI, esse incremento foi obtido em função do aumento na quantidade exportada em 38,8%, apesar da diminuição de 9,3% no preço médio de exportação dos produtos do setor. As exportações de papel e celulose foram de US$ 638,79 milhões (+24,5%), enquanto as exportações de madeira e suas obras foram de US$ 282,12 milhões (+29,0%).
Na quarta posição está o complexo sucroalcooleiro, com o montante de US$ 826,77 milhões, aumento de 29,1%. O principal produto exportado pelo setor foi o açúcar, com US$ 763,93 milhões. Por último está o café, com vendas externas que alcançaram US$ 519,71 milhões, aumento de 27%, em relação a março de 2014.
Segundo a secretária, algumas commodities apresentaram aumento de pr eço no primeiro trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. “Mas isso não significa que seja possível prever que o ritmo de crescimento dos preços nesses casos poderá se manter nos próximos meses”, disse. Como exemplo, ela citou a carne bovina industrializada (+9,4%), madeiras e suas obras (+3,6%), café (+29,9%) e pescados (+0,8%).
Fonte: Mapa