Exportações do milho crescem e superam as da soja

Fernando Pimentel, diretor da SNA

Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC) apontam que as exportações do milho no mês de setembro tiveram um crescimento de 90% em relação ao mesmo período do ano passado. O volume exportado foi de 3,145 milhões de toneladas de milho, apresentando um aumento também em relação às exportações da soja, que teve um recuo no mês de setembro, ficando em 1,681 milhão de toneladas enviadas ao exterior.

Segundo Fernando Pimentel, diretor da SNA, as exportações brasileiras cresceram em função do excedente de produção na ordem de 12 milhões de toneladas. “Já saíram até agora mais de 9 milhões de toneladas, superando o ano de 2011 inteiro e agora, no último trimestre em função da redução do ritmo de embarques da soja, devemos embarcar mais uns 8 milhões”, destaca.

A seca que atinge a produção do cinturão de milho dos Estados Unidos e o câmbio favorável ao comércio das exportações do produto são os principais fatores que motivaram esse cenário de elevação da cultura. “Essa quebra abre espaço para uma maior colocação do milho brasileiro no mercado externo, cria uma sustentabilidade nos preços a médio prazo e muda o planejamento da nossa próxima safra”, explica o diretor.

As exportações e preços recordes devem fazer com que produtores de outras culturas migrem para o mercado da soja e do milho. De acordo com Pimentel, acentuando uma tendência que já ocorre nos últimos anos, há um aumento na plantação de soja no verão e do milho na safra de inverno, o que deve gerar uma perda no espaço nas produções de trigo e feijão durante as safras de inverno.

De acordo com o estudo realizado pelo Programa de Desenvolvimento da Cadeia do Milho, coordenado pela parceria entre a Associação Brasileira de produtores de Milho (Abramilho) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB), o cerrado possui apenas sete milhões de hectares disponíveis para plantação de milho, o que gerará a necessidade do aumento na produtividade que, como explica Pimentel, vai aumentar conforme o nível de tecnologia aplicada seja ampliado. “A produtividade do milho vem subindo no Brasil, em particular no cerrado e em função do maior interesse econômico na cultura. Isso deve perdurar pelo menos nos próximos dois anos. É possível que o milho passe de coadjuvante para protagonista e deixe o segundo plano para assumir a posição de prestigio que possui nos EUA e Argentina”, prevê.

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