Exportações do agronegócio somam US$ 30.42 bilhões no quadrimestre

Nos quatro primeiros meses deste ano, as exportações do agronegócio somam US$ 30.42 bilhões, um aumento de 0,20% em relação aos US$ 30.35 bilhões exportados no mesmo período de 2018. A variação positiva ocorreu em função da elevação do índice de quantum das exportações, que subiu 5,90%, enquanto o índice de preço caiu 5,40%.

Os preços das commodities agropecuárias, segundo dados divulgados pelo Banco Mundial, subiram 0,82% entre dezembro de 2018 e abril de 2019. A soja em grão, que tem peso de 4% no índice do banco e que representou 31,2% do valor total exportado em produtos do agronegócio nesses quatro primeiros meses do ano, teve a cotação no mercado mundial em queda de US$ 380,53/tonelada para US$ 360,34 no período.

Nas importações, houve queda de US$ 4.91 bilhões, entre janeiro e abril, para US$ 4.79 bilhões (-2,5%). Houve também queda no índice de preço dos produtos importados, de 1,80%, e de 0,70%, no índice de quantum das importações. O principal produto importado pelo Brasil, o trigo, sofre uma queda na cotação internacional.

Soja representa 37,90%

Os cinco principais setores exportadores no primeiro quadrimestre do ano foram: complexo soja (37,9%); produtos florestais (15,8%); carnes (15,3%); café (5,7%); cereais, farinhas e preparações (5,1%).

Esses setores foram responsáveis por 79,80% da receita das exportações dos produtos do agro nesses quatro meses. No mesmo período do ano passado, esses setores responderam por 77,2% da receita total das exportações. O complexo sucroalcooleiro deixou o rol dos cinco principais setores exportadores neste ano.

O complexo soja continua sendo o principal segmento das exportações. As vendas externas desses produtos foram de US$ 11.52 bilhões, com queda de 0,60% em relação aos US$ 11.59 bilhões exportados no mesmo período de 2018.

As exportações de soja em grão foram recordes, de US$ 9.50 bilhões (+2,9%), com aumento do volume exportado de 23.5 milhões de toneladas para 26.32 milhões de toneladas (+ 12%), que também se configurou numa quantidade recorde de embarque.

O aumento da receita das exportações de soja em grão não foi maior em função da queda de 8,10% no preço médio de exportação. O recorde de preço da soja em grão em primeiro quadrimestre ocorreu em 2013, quando o preço médio foi de US$ 534,30/tonelada. Já as exportações de farelo de soja e óleo de soja registraram quedas de 7,2% e 53,5%, respectivamente.

O segundo principal segmento exportador foi o de produtos florestais. As vendas subiram de US$ 4.64 bilhões entre janeiro e abril de 2018 para US$ 4.82 bilhões no mesmo período neste ano (+ 3,7%). O principal produto exportado foi a celulose, com US$ 3.01 bilhões (+ 8,5%) – cifra recorde da série histórica.

A celulose registrou recorde das exportações tanto no volume (+2,6%), que foi recorde da série (1997-2019), quanto no preço médio de exportação (+ 5,8%), que também foi recorde da série (1997-2019). As exportações de madeiras e suas obras caíram 4,2%, atingindo US$ 1.15 bilhão, enquanto as exportações de papel tiveram redução de 1,80%, totalizando US$ 653 milhões em vendas externas.

As carnes também tiveram desempenho positivo no quadrimestre, registrando receita de US$ 4.64 bilhões em alta de 3%. A principal carne exportada foi a de frango. Foram vendidos para o exterior US$ 2.08 bilhões com aumento no volume (+ 0,6%) e no preço médio (+ 4,2%). As exportações de carne bovina foram de US$ 2.01 bilhões (+ 3,2%).

O volume exportado foi o segundo maior da série histórica, de 537.900 toneladas (+ 11,70%). Somente em 2007 o Brasil exportou um volume maior no primeiro quadrimestre, quando chegaram a 562.800 toneladas. A queda internacional do preço (-7,60%) impediu um aumento maior da recita.

As vendas externas de carne suína foram de US$ 414.12 milhões (+ 3,80%) enquanto a de peru teve desempenho negativo (- 56,40%), com US$ 20.48 milhões em exportações. Trata-se do pior valor exportado neste século, no período em análise, para as exportações de carne de peru.

As exportações de café foram de US$ 1.75 bilhão entre janeiro e abril (+7,2%). O volume de café verde foi recorde nos quatro meses. Foram 722.500 toneladas vendidas (+ 32,20%). A queda do preço médio para US$ 2.160,00 a tonelada (- 17,40%) impediu um aumento mais expressivo da receita. O preço médio do café verde já esteve em US$ 4.414,00 por tonelada em 2012, um recorde da série histórica (1997 a 2019) para o período.

As vendas externas de café solúvel caíram para US$ 170 milhões (- 1,70%), mesmo com o volume recorde exportado para o primeiro quadrimestre, de 27.500 toneladas (+ 14,90%). A queda foi de 14,5% no preço médio.

O quinto maior segmento, o de cereais, farinhas e preparações, registrou um aumento expressivo em relação ao mesmo período de 2018 (+ 43,7%), atingindo a US$ 1.55 bilhão. O principal produto foi o milho, com receita de US$ 1.23 bilhão (+ 54,80%) e um volume de 7 milhões de toneladas (+ 40,90%).

Quase metade das exportações vai para Ásia

As exportações do agro cresceram para blocos econômicos e regiões geográficas: Ásia (+ 4,10%); Oriente Médio (+ 14,10%); Europa Oriental (+20,20%); demais países da Europa Ocidental (+ 1,10%); e Oceania (+ 47,10%).

O destaque ficou por conta da Ásia, região que adquiriu quase metade das exportações do Brasil em produtos do agronegócio. As vendas para a região chegaram a US$ 14.92 bilhões (+ 4,10%). Com esse crescimento, a participação da Ásia aumentou em 1,90%.

Outra região que registrou aumento relevante nas importações de produtos do agronegócio brasileiro foi o Oriente Médio. A participação da região subiu de 7,30% do valor total exportado para 8,30%, um ponto percentual.

Superávit de US$ 7.36 bilhões no mês de abril

No mês de abril, as exportações do agro atingiram a US$ 8.57 bilhões, o que representou uma queda de 2,40% em relação aos US$ 8.79 bilhões no mesmo período de 2018. A participação no total das exportações brasileiras caiu 1,10% no período, chegando a 43,50%.

As importações do setor totalizaram US$ 1.21 bilhão no mês, o que representou uma queda de 6,70% em relação aos US$ 1.3 bilhão em abril de 2018. Como resultado, o superávit da Balança Comercial do agronegócio diminuiu de US$ 7.49 bilhões para os atuais US$ 7.36 bilhões (-1,7%).

Em 12 meses, US$ 101.75 bilhões

As exportações brasileiras do agronegócio foram de US$ 101.75 bilhões nos últimos 12 meses (+ 4,70%). O maior valor da série ocorreu entre março de 2018 e fevereiro de 2019, quando o país exportou US$ 102.72 bilhões.

 

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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