As exportações do agronegócio brasileiro registraram recorde no primeiro bimestre de 2023 alcançando US$ 20.1 bilhões. Entre os produtos que mais se destacaram na exportação no bimestre estão o milho, a celulose, o farelo e óleo de soja e as carnes de frango e suína. Em fevereiro, as exportações somaram US$ 9.9 bilhões com vários recordes de produtos tanto em valor quanto em volume de vendas. A informação foi divulgada pelo Ministério da Agricultura.
Milho
Entre os produtos brasileiros exportados pelo Brasil em fevereiro, o milho foi o de maior destaque. Foram mais de 2 milhões de toneladas registrando US$ 689 milhões em vendas. Segundo análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), o bom desempenho é resultado da conjunção entre uma alta produção nacional e uma baixa oferta internacional. O milho deve continuar sendo destaque ao longo do ano com expectativa, inclusive, de que o Brasil se torne o maior exportador mundial de milho ainda este ano. A Conab estima que a colheita seja de 125 milhões de toneladas do grão. Os principais importadores de milho em fevereiro foram Japão, Coreia do Sul, Colômbia, Argélia e Vietnã.
Celulose
China, União Europeia e Estados Unidos – países com maior industrialização – foram os maiores compradores de celulose brasileira em fevereiro garantindo recorde para o mês tanto em valor – atingindo US$ 766 milhões -, quanto em volume: 1,6 milhão de toneladas.
Soja
O óleo de soja teve recorde em faturamento e em volume de vendas externas para o mês de fevereiro – US$ 268 milhões-, apesar da queda de cerca de 16,8% no preço médio de exportação. A Índia importou 33% da produção – 73 mil toneladas -, e Bangladesh importou 25% – 57 mil toneladas. Já as vendas internacionais de farelo de soja tiveram elevação de 23% no preço médio e atingiram a cifra de US$ 710 milhões tendo como principais importadores Tailândia, Países Baixos, Polônia, França e Indonésia.
Carne de frango
A carne de frango também bateu recorde de exportação em fevereiro com a venda de 372 mil toneladas e valor registrado de US$ 726 milhões. De acordo com a equipe de analistas do Ministério, o recorde é resultado de o Brasil não ter nenhuma notificação de caso de gripe aviária diferente de parte do cenário mundial. Os principais compradores foram China, Arábia Saudita, Japão e Emirados Árabes Unidos.
Mesmo com tantos recordes de exportação computados, o mês de fevereiro apresentou um recuo frente ao mês de janeiro devido à queda nas vendas externas de soja, açúcar, trigo e carne bovina. Em relação a soja, o recuo nas exportações foi ocasionado pelo atraso na colheita. Em relação ao açúcar, as alterações climáticas afetaram a moagem e, no caso do trigo, houve menor oferta para exportação devido à preocupação com o abastecimento do consumo interno brasileiro que pode vir a ser prejudicado pela estiagem que atrapalhou a safra argentina.
No quesito carne bovina, o fator na queda das exportações foi a redução internacional do preço e a notificação de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) comunicado pelo Ministério, em 22 de fevereiro, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) que levou a China a suspender, temporariamente, a partir de 23 de fevereiro, a compra do produto brasileiro.