As exportações de soja totalizaram 80.1 milhões de toneladas de janeiro a novembro deste ano, segundo levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), baseado nas cargas que efetivamente partiram dos portos do país no período. O resultado já supera em 17% o recorde de vendas da oleaginosa ao exterior registrado em todo o ano passado (68.3 milhões de toneladas).
Em evento realizado no dia 22 de novembro, o diretor-geral da Anec, Sérgio Mendes, havia adiantado que as exportações de soja poderiam alcançar 80 milhões de toneladas em 2018.
Em novembro, quando as vendas ao exterior alcançaram quase cinco milhões de toneladas, um volume atípico para o mês (foram dois milhões de toneladas em novembro de 2017), a demanda pelo grão brasileiro continuou sendo impulsionada pelas disputas comerciais entre China e Estados Unidos, que encareceram a soja americana em território chinês, após a entrada em vigor de uma sobretaxa de 25%.
A “vantagem” da soja brasileira no mercado chinês, contudo, tende a acabar. No fim de semana, durante a cúpula do G-20, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, presidente chinês, avançaram em acordos para pôr fim às disputas entre os dois países.
Nesta manhã, Trump anunciou que a China aceitou a “reduzir e eliminar” as tarifas sobre os automóveis importados dos Estados Unidos. Durante o G-20, os países estabeleceram uma “trégua” na guerra comercial. As notícias devem reduzir os prêmios pagos nos portos pela soja brasileira.
Ainda segundo a Anec, em contrapartida as exportações brasileiras de milho atingiram 18.937 milhões de toneladas, ccom queda 26,5% em relação a igual intervalo do ano passado.
As vendas do cereal foram prejudicadas pela quebra de safra no país e pelo estabelecimento de fretes mínimos rodoviários, que tornaram mais caro o transporte do grão do Centro-Oeste (principal região produtora) para os principais portos no Sul e Sudeste.
Em novembro, foram enviadas ao exterior 3.947 milhões de toneladas de milho, 7,3% a menos que em novembro de 2017.
Fonte: Valor Econômico