Minas Gerais é, tradicionalmente, um estado exportador de café em grãos, mas um novo mercado vem se abrindo. Nos primeiros três meses do ano, as exportações mineiras de café solúvel descafeinado registraram crescimento de 55,1% em relação ao valor comercializado no mesmo período do ano passado, atingindo US$ 3,2 milhões. Os números foram analisados pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base nas informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Segundo a assessora da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Seapa, Márcia Aparecida de Paiva Silva, o bom desempenho das exportações do segmento foi impulsionado pelo aumento do valor médio do café solúvel exportado. No primeiro trimestre de 2012, o valor médio atingiu US$ 5,5 mil a tonelada, registrando crescimento de 19,9% em relação ao valor de 2011.
Os principais destinos do café solúvel mineiro foram Finlândia, Rússia e Malásia. Juntos, esses países responderam por 65,4% das exportações mineiras. “Entre os países importadores, o destaque foi a Rússia, que apresentou crescimento nas importações de 779,6% entre o primeiro trimestre de 2011 e 2012, somando US$ 637,2 mil. Neste contexto, o país passou de sétimo para segundo maior importador do café solúvel de Minas Gerais” analisa a assessora técnica da Seapa.
O crescimento do interesse internacional pela bebida abre nova perspectiva para os cafeicultores mineiros. De acordo com a assessora técnica da Seapa, o café solúvel apresenta maior agregação de valor, o que lhe confere maior remuneração. Além disso, a praticidade no preparo é um facilitador para se introduzir o café em mercados não tradicionais, fundamental ao processo de expansão do consumo.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o consumo mundial de café solúvel na safra 2011 atingiu 14,8 milhões de sacas, que representa 11% do consumo mundial de café total (em grão e solúvel). Rússia, Filipinas, União Europeia e Estados Unidos são os principais consumidores mundiais, que juntos, respondem por 58,9% do consumo mundial da bebida.
Fonte: Canal do Produtor