Embaladas por uma colheita que caminha para bater um novo recorde, as exportações brasileiras de milho dão sinais de que também poderão alcançar a maior marca da história nesta safra 2016/17.
Em evento promovido pela BM&F ontem na capital paulista, André Pessôa, da Agroconsult, informou que a consultoria já trabalha com um volume de embarques de 32.5 milhões de toneladas. E que, se a crise política perdurar e o dólar ficar acima de R$ 3,20, o volume poderá chegar a 35 milhões de toneladas.
No levantamento de safra mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estatal vinculada ao Ministério da Agricultura, as exportações brasileiras de milho foram estimadas em 26 milhões de toneladas no ciclo 2016/17, 37,6% mais que em 2015/16, quando a colheita do cereal foi limitada por problemas climáticos. O maior volume da série histórica da Conab é o da temporada 2014/15 (30.2 milhões de toneladas).
“A antecipação do debate eleitoral, que estará posto no segundo semestre deste ano, vai trazer um aumento do risco país com incertezas no mercado. Assim, teremos um câmbio mais alto decorrente de fatores políticos”, afirmou o analista da Agroconsult.
Assim como outros especialistas, Pessôa destacou a importância do câmbio para a rentabilidade dos produtores brasileiros de grãos como soja e milho, sobretudo em tempos de preços internacionais mais baixos. Algo próximo de R$ 3,00 inibe a rentabilidade e deixa os produtores com margens muito estreitas”, disse.
Fonte: Valor Econômico