As exportações brasileiras de carne de frango (in natura e processada) reagiram e totalizaram 362.400 toneladas em agosto, 11,30% mais que no mesmo mês de 2019, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A receita dos embarques, porém, diminuiu 10% na mesma comparação, para US$ 497.8 milhões.
“O movimento mensal foi positivo em praticamente todos os grandes importadores da carne de frango do Brasil. A tendência de alta nas exportações contribui para reduzir os impactos do aumento de custos com o enfrentamento da pandemia e a alta dos grãos”, indicou Ricardo Santin, presidente da ABPA, em nota.
Com a aceleração, de janeiro a agosto, os embarques somaram 2.833 milhões de toneladas, um aumento de 1,80% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas a receita ainda foi 11,30% menor (US$ 4.1 bilhões), segundo a entidade.
A China continua a ser o principal destino das vendas da carne de frango brasileira no exterior. Em agosto, comprou 54.700 toneladas, 46% mais que há um ano. A Arábia Saudita retomou o posto de segundo maior país importador. Comprou 46.700 toneladas no mês, com aumento de 24%.
Mas uma eventual aceleração da demanda dos importadores neste e nos próximos meses, sobretudo da China, poderá abrir caminho para uma recuperação dos preços. Até aqui, as compras do país asiático apenas compensaram as quedas observadas nas vendas para outros destinos.
Se essa tendência se confirmar, realçou o relatório divulgado pelo Itaú BBA, as margens da indústria brasileira, que estão achatadas também pela alta das rações, por causa da valorização da soja e do milho no mercado doméstico, poderão ter um alívio.
“Este geralmente é um mês de transição para o período mais aquecido em termos da demanda doméstica”, avaliou o banco.
Valor Econômico