As exportações brasileiras de açúcar podem encerrar o mês de julho em torno de 3.37 milhões de toneladas, perto do recorde mensal de 3.5 milhões alcançado em setembro de 2017. Isso deverá ocorrer caso a média de embarques por dia útil se mantenha até o fim do mês, apoiada pelo câmbio, demanda firme e ampla disponibilidade de oferta.
O ritmo de exportação do adoçante aumentou 85% até a quarta semana deste mês, com a média diária de vendas externas de 146.400 toneladas, contra as 79.180 toneladas em julho do ano passado, segundo dados do governo federal.
Com isso, o País já exportou 2.63 milhões de toneladas de açúcar em julho, volume superior ao total de 1.82 milhão de toneladas embarcado no mesmo mês de 2019, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Na ponta da oferta, a produção de açúcar do centro-sul do Brasil aumentou 55,60% na primeira quinzena de julho, com as usinas direcionando mais cana para a produção da commodity, que está mais rentável que o etanol, e contando com o tempo seco favorável à colheita da safra 2020/21.
A conjuntura tem feito com que os traders já ampliem, inclusive, a fixação de preços de exportação de açúcar para a safra 2021/22, que se inicia somente em abril do ano que vem.
Soja
A média diária das exportações de soja aumentou de 323.600 toneladas em julho de 2019 para 485.000 toneladas até a quarta semana deste mês, somando 8.7 milhões de toneladas embarcadas.
A China segue como grande motor dos embarques da oleaginosa brasileira, dando sequência a uma estratégia de formação de estoques.
Em junho, as importações chinesas de soja aumentaram 71% no comparativo anual e alcançaram recorde de 11.16 milhões de toneladas, com forte ritmo de chegada de carregamentos do Brasil, segundo dados da alfândega do país asiático.
O ritmo de embarques de café está praticamente estável em relação ao ano passado, com média diária de 7.670 toneladas. Desta forma, a exportação acumulada até a quarta semana deste mês foi de 138.120 toneladas (2.3 milhões de sacas de 60 kg).
Nestes 18 dias úteis do mês, o Brasil exportou 2.736.073 toneladas de milho, volume 1.005.052 toneladas maior do que o registrado até a terceira semana, com aumento de 58% nos últimos cinco dias úteis. Com isso, a média diária de embarques ficou em 152.004 toneladas.
Em comparação ao mesmo período do ano passado, a média diária ficou 41,01% abaixo das 257.671 do mês de julho de 2019. Em termos financeiros, o Brasil exportou um total de US$ 444.210 milhões no período, contra US$ 1.018 bilhão de julho do ano passado (queda de 44,30%).
Já o preço por tonelada obtido registrou baixa de 5,57% no período, caindo dos US$ 171,90 do ano passado para US$ 162,40 neste mês de julho.
O analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, destaca ainda que o milho brasileiro segue muito barato em função do câmbio e tem espaço para atender mais do mercado internacional, já que a área cultivada nos Estados Unidos foi reduzida diante das expectativas iniciais.
De janeiro a junho, os principais destinos do milho brasileiro foram Taiwan (24%), Japão (13%), Irã (11%), Vietnã (9,50%) e Egito (8,40%). Já nas origens, o cereal brasileiro exportado veio, em sua maioria, do Mato Grosso (48,20%), seguido de Rio Grande do Sul, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Já na indústria extrativa, o ritmo de vendas do petróleo mais que dobrou. A média de embarques por dia passou de 163.800 toneladas em julho do ano passado para as atuais 346.200 toneladas.
Com isso, o país já exportou 6.23 milhões de toneladas no acumulado deste mês (18 dias úteis) contra 3.76 milhões embarcados em julho do ano passado (23 dias úteis).
Reuters