Após percorrer regiões brasileiras que concentram metade da produção de soja no País, a Expedição Safra 2014/15 aponta redução de pelo menos 3% do potencial produtivo máximo da safra da oleaginosa para esta temporada, reduzindo a previsão inicial de 96,1 milhões de toneladas para cerca de 93,2 mi ton. Duas equipes do projeto estão na estrada conferindo as tendências de logística e produção de Rondônia ao Paraná, percorrendo 16 estados até o fim desta safra.
A redução se dá principalmente por conta dos problemas climáticos que dificultaram o plantio e o desenvolvimento das lavouras especialmente nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e parte do Paraná. O ataque de algumas pragas, como a mosca branca no Mato Grosso, também são alguns dos agravantes do cenário de redução da colheita.
De acordo com o Indicador Brasil lançado pelo projeto em dezembro do ano passado, a estimativa inicial era de que a produção nacional de grãos atingisse a marca de 202 milhões de toneladas nesta safra, sendo a soja a única cultura com variação positiva neste ciclo. “Neste momento a soja está perdendo por volta de 2,6 milhões de toneladas em cima do potencial produtivo. Para reverter o quadro dependemos do clima e da produtividade por áreas a serem colhidas em regiões como o Rio Grande do Sul, que deve ter um excelente resultado”, relata o coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira.
Roteiro Sul
No roteiro pelos estados do Paraná e São Paulo, técnicos do projeto iniciaram a viagem pela região dos Campos Gerais, passaram por São Paulo, e nesta semana encerram esta primeira etapa em encontro com produtores em Catanduvas, cidade que fica a 30 km de Cascavel e sedia o Show Rural Copavel 2015. Enquanto na região dos Campos Gerais a situação das lavouras está boa e os produtores esperam produtividade acima da média estadual, em São Paulo a situação está complicada por conta da seca. Produtores e técnicos estimam em 15% de perda no rendimento das lavouras. Caso não chova nos próximos dias, poderá será ainda pior.
A região Norte do Paraná enfrenta problema semelhante à de algumas lavouras paulistas. Cooperativas como a Integrada, Cocamar e Coamo relataram bastante atraso no plantio por conta da seca. Algumas localidades registram 38 dias de atraso. No entanto, a volta das chuvas acima de 30 milímetros nas últimas semanas na fase de desenvolvimento dos grãos deve garantir uma colheita mais produtiva.
Já na região Oeste do Paraná, a colheita está bastante avançada, acima de 60%, e existem apenas algumas perdas pontuais por conta da seca. Por lá, as máquinas já estão plantando milho.
Roteiro Norte
Em passagem pelos estados de Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul, técnicos da Expedição Safra também constataram risco de queda na produtividade ocasionada pela falta de chuva e também pela existência de pragas como a mosca branca nas lavouras do Mato Grosso. “Como a aplicação do produto para combate da praga custa caro, ou os produtores perdem a colheita ou então aplicam o produto e diminuem a sua rentabilidade”, explica Ferreira.
Em viagem de oito mil quilômetros, a equipe iniciou o roteiro pelo Mato Grosso, passando por regiões como Rondonópolis, Cuiabá e Sorriso, seguiu para Porto Velho, onde o embarque de grãos para exportação via Arco Norte tende aumentar de 4,5 milhões para 5,5 milhões de toneladas neste ciclo e agora percorre o Mato Grosso Sul, tendo como principal destino a região de Campo Grande.
Rondônia é o estado brasileiro que mais amplia a área de soja. O crescimento foi de 20% nesta temporada, para 230 mil hectares. E as lavouras vão continuar crescendo nos próximos anos, bem como o embarque de grãos pelo Rio Madeira, conforme apurou a Expedição Safra.
Fonte: Agrolink