Excesso de chuvas no Rio Grande do Sul prejudica plantio do arroz

De acordo com dados do 2º Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em 13 de novembro, em todo o país a área cultivada de arroz deve ter redução de 1,8% (Foto: Pixabay)

As chuvas que faltaram em diversos estados nas últimas semanas caíram em excesso, desde outubro, no Rio Grande do Sul, atrapalhando o plantio do arroz. Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), órgão do governo gaúcho, até a última quarta-feira (13/11), apenas 64,4% das áreas planejadas para o cereal no estado foram semeadas.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, ressalta que o período ideal para o plantio termina em 15 de novembro. Portanto, mesmo que as chuvas parem na próxima semana, o impacto na safra já ocorreu.

“A estimativa era de que plantássemos 940 mil hectares de arroz no estado, mas certamente não vamos atingir essa meta por causa da chuva. Muitas terras ficaram alagadas e impediram o plantio. Estamos muito preocupados com a produtividade”, conta Velho, lembrando que o Rio Grande do Sul é o maior produtor do país, com cerca de 70% da produção nacional de arroz.

De acordo com o representante dos agricultores, a previsão para a próxima semana é de tempo bom, o que deve fazer com que os produtores acelerem a semeadura. “Semana que vem (a partir de 18 de novembro), os produtores vão entrar forte no plantio, mas já houve alguns problemas com esse atraso. Por exemplo, alguns seguros só pagam perda do arroz plantado até 15 de novembro. Então, a preocupação com prejuízos é grande”, acrescenta Velho.

De acordo com o meteorologista da Somar Meteorologia, Celso Oliveira, na primavera, a regularização da chuva está ligada à frequência de frentes frias no Brasil. Neste ano, no entanto, um fenômeno chamado de bloqueio atmosférico segurou as frentes frias sobre o Rio Grande do Sul, explicou.

“O resultado foi a persistência da chuva sobre o Rio Grande do Sul e a falta dela sobre a maior parte do país, desde Santa Catarina até o Matopiba (região que inclui Maranhão, Tocantins Piauí e Bahia), passando pelo Paraná. A persistência não é boa para ninguém, pois tanto a chuva como a seca excessivas paralisam ou atrapalham as atividades de campo”, disse o meteorologista, que prevê, no entanto, que ao longo de novembro, haverá uma regularização das chuvas. “A chuva não irá parar completamente, mas virá mais espaçada no Rio Grande do Sul”, acrescentou.

Segundo o relatório da Irga, a região Central do Rio Grande do Sul é a que tem o plantio mais atrasado. O órgão revela que apenas 17,05% das intenções de plantio foram realizadas até o último dia 13. A zona sul do estado é a mais adiantada, com 86,40% das intenções de plantio executadas. O presidente da Federarroz explica que o Rio Grande do Sul vem perdendo área de plantio de arroz, com queda de 7% na safra passada, e agora a previsão no estado é de redução de mais 5%.

De acordo com dados do 2º Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em 13 de novembro, em todo o país a área cultivada de arroz deve ter redução de 1,8%. Segundo a Conab, o clima na Região Sul tem prejudicado também a finalização da colheita dos cereais de inverno. O trigo, por exemplo, deve apresentar redução de 2,8% na produção final, alcançando 5,3 milhões de toneladas.

Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga)

Equipe SNA

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