EUA registram gripe aviária altamente patogênica em granja de perus

O USDA confirmou na última quinta-feira (9/4), a presença de gripe aviária H7N3 altamente patogênica (HPAI) em uma granja comercial de perus na Carolina do Sul.

Segundo o órgão do governo norte-americano, este é o primeiro caso confirmado em aves comerciais nos Estados Unidos desde 2017. A entidade acredita que houve mutação de um outro tipo de vírus de baixa patogenicidade encontrado recentemente em aves.

O USDA reforçou ainda que o vírus não foi detectado em humanos e não há preocupação imediata com a saúde pública.

Como reforço, autoridades estaduais colocaram em quarentena as instalações afetadas e aves foram despovoadas para impedir a propagação da doença. A expectativa é que o país notifique a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), bem como os parceiros comerciais internacionais.

Análise

Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), diante de casos de influenza como o dos Estados Unidos e também na Europa e Ásia, o recomendado é que o Brasil aumente os cuidados nos plantéis.

“Apesar de vivermos uma pandemia do Covid-19, as doenças animais estão no mundo, como a PSA (peste suína africana) na Ásia e a influenza nos EUA, nosso maior concorrente”, disse o diretor executivo da associação, Ricardo Santin.

Para ele, o fato demonstra que há oportunidades de mercado se os produtores brasileiros não descuidarem da sanidade. “Quando você tem um concorrente que começa a passar dificuldades, isso pode gerar mais busca pelo produto do Brasil, desde que tenhamos fortes e rígidos cuidados com a sanidade animal”.

O presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e diretor do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), José Antônio Ribas Júnior, também acredita na possibilidade de existência de novas oportunidades no mercado internacional, tanto para conquistar clientes que atualmente são dos EUA como para atender países da Europa que também sofrem com a gripe aviária.

Já o coordenador do Fórum Paulista do Agronegócio, Ariel Mendes, avalia que o aparecimento da doença nos Estados Unidos deve impactar as importações do Brasil, que compra material genético e matrizes. A expectativa dele é que o Ministério da Agricultura passe a exigir cuidados extras na importação dos produtos, sem fechar o mercado neste momento.

Mendes observa ainda que, caso a doença aumente, a produção norte-americana sofrerá consideravelmente. “Se essa doença de alastrar, será um desastre para a avicultura americana, à exemplo do que ocorreu em 2015/2016”.

Análise

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal, disse que a pasta foi notificada pelo USDA sobre a detecção de gripe aviária em perus. O departamento está analisando o caso e ainda não definiu se haverá restrição na importação de material genético do país.

Leal garantiu ainda que não há registros de influenza aviária de alta patogenicidade nas granjas comerciais do Brasil. Segundo ele, o Ministério da Agricultura também faz o monitoramento de aves silvestres para evitar a propagação de possíveis doenças para as criações em granjas.

 

Canal Rural

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp