Os resultados de estudos da Rede de Pesquisa Pecus serão apresentados durante o 2º Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE), de 7 a 9 de junho, em Campo Grande (MS). O evento é realizado pela Embrapa e Sistema Famasul (Federação de Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul).
Pesquisadores da Embrapa e de instituições parceiras nacionais e internacionais estudaram, durante cinco anos, a dinâmica de gases de efeito estufa e balanço de carbono em sistemas de produção da agropecuária brasileira. A Rede trabalhou nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa para determinar o nível das emissões e o potencial de mitigação (redução de emissões e remoção de GEE da atmosfera) em busca de uma pecuária sustentável.
De acordo com a pesquisadora Patrícia Anchão, coordenadora da Pecus, os resultados indicam quais os modelos pecuários são mais competitivos e sustentáveis. Durante o simpósio, os participantes terão acesso aos dados de emissões de gases pelos animais, solo e o sequestro de carbono em vários tipos de sistemas, como convencional, integrado, extensivo e intensivo.
Uma simulação de balanço entre as emissões e as remoções de gases de efeito estufa em um processo de recuperação de pastagem demonstrou que é possível obter saldo positivo de carbono com taxa de acúmulo superior a uma tonelada por hectare a cada ano.
Alguns sistemas de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), e alterações na nutrição animal, com inclusão de aditivos na dieta bovina, são estratégias pesquisadas e com potencial para diminuir as emissões da agropecuária. Isso ocorre, segundo Patrícia, porque os sistemas integrados retêm mais carbono pela presença do componente arbóreo, e uma melhor digestão promove menores emissões de metano pelos animais.
A pesquisadora revela ainda que a produtividade animal em sistemas intensivos mostrou ser até quatro vezes maior em comparação ao modelo pecuário extensivo e/ou degradado.
Resultados como esses vão contribuir para o Brasil atingir os compromissos de redução das emissões, assumidos pelo Governo durante a 21ª Conferência do Clima (COP 21), realizada em dezembro de 2015, na França. Além de colaborar para a formulação de políticas públicas e para as atualizações do Inventário Nacional de Emissões e Remoções de GEE.
PECUS
A Rede de Pesquisa Pecus, iniciada em 2011, é formada por mais de 200 pesquisadores da Embrapa, 49 instituições parceiras nacionais e oito internacionais. O objetivo principal é quantificar as emissões da pecuária brasileira de forma mais holística e com repetição temporal. A Rede realiza pesquisas nos seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. São feitos balanços entre as emissões de gases de efeito estufa, principalmente por meio da emissão do metano entérico dos bovinos e das emissões do sistema solo-planta e o sequestro de carbono dos vários sistemas de produção.
O ENCONTRO
O 2º Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Sistema Famasul, com patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sicredi e Reflore MS.
O evento tem ainda o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Rede ILPF, Unipasto, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Sistema OCB/MS, Fiems, Instituto Senai, Sebrae, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e WRI Brasil.
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste