Um estudo desenvolvido no programa de pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP) deu mais um passo importante para descobrir a relação entre caracteres de milho que condicionam tolerância a estresse hídrico e a estabilidade da produção.
De acordo com Otávio Luiz Gomes Carneiro, autor do estudo, já é sabido que algumas espécies de milho são mais tolerantes à seca que outras. Como exemplo, ele cita que híbridos de milho prolíficos com mais de uma espiga por planta, com intervalo de florescimento reduzido, baixo número de ramificações do pendão e senescência retardada são mais tolerantes.
“Alguns autores, por sua vez, sugerem que genótipos de milho com essas características reduzem as flutuações de produção de grãos e, dessa forma, podem ser considerados estáveis”, comenta.
Até agora, o trabalho indicou que não existem relações entre os caracteres e a tolerância. Segundo o autor, o resultado preliminar é surpreendente.
“Esse é um resultado importante para programas de melhoramento de milho, pois, mesmo que os híbridos apresentem de forma adequada essas características e, assim, possivelmente reduzam as flutuações da produção devido à instabilidade de precipitação, estes caracteres são independentes da estabilidade”, explica Carneiro.
De acordo com o pesquisador, a partir desse estudo, os cientistas podem tomar mais cuidado na hora de criar híbridos de milho. Carneiro afirma que “as linhagens selecionadas para estabilidade e responsividade regular poderão não apresentar as mesmas performances quando cruzadas com outras linhagens, mesmo que essas últimas também tenham sido selecionadas em cruzamentos”.
Fonte: Agrolink