Na carne bovina, a oferta global deve ser diminuída, e o Brasil segue na mesma tendência. O Rabobank estima redução de 5% na produção brasileira em 2025. Apesar da queda, as exportações devem subir. Nos EUA, a vitória de Trump pode diminuir o comércio com a China e favorecer o mercado brasileiro. Outro fator importante é o clima, já que as chuvas devem impactar a qualidade das pastagens.
Na carne suína, as exportações em 2025 devem seguir em ritmo acelerado, graças a um aumento das plantas qualificadas para exportação, biossegurança e alta competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. O Rabobank prevê um aumento de 2 a 3% frente 2024. A oferta da proteína também deve subir, com alta prevista de 1 a 2%.
No frango, o alerta amarelo segue ligado para a questão sanitária. A influenza aviária e a Doença de Newcastle podem suspender exportações, assim como fizeram em 2024.
A China, maior destino das exportações brasileiras, deve diminuir o ritmo de compras de produtos brasileiros, devido a maior oferta interna. Esse movimento contribuirá para a tendência do mercado brasileiro de diminuir a dependência chinesa e explorar novos mercados. E também novos produtos, com maior demanda por alimentos processados.
Para o porco e frango, vale a pena acompanhar os preços da carne bovina em 2025, podendo se beneficiar de possíveis altas. Atenção também para o preço do milho, que pode influenciar no custo de produção dessas carnes.
Marcos Fava Neves é professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP (Ribeirão Preto – SP) da FGV (São Paulo – SP) e da Harven Agribusiness School (Ribeirão Preto – SP). É especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio e diretor técnico da SNA . Confira textos e outros materiais em DoutorAgro.com