Estados Unidos reabrem mercado para a carne in natura do Brasil

 

O Brasil já está autorizado a enviar para os EUA produtos de carne bovina in natura derivados de animais abatidos, segundo comunicado do serviço americano de Inspeção e Inocuidade Alimentar. Foto: Pixabay

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e o Serviço de Inspeção e Inocuidade Alimentar do país (FSIS) anunciaram, em 21 de fevereiro, a reabertura do mercado à carne bovina in natura do Brasil.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao comentar o anúncio, afirmou que a iniciativa reforça o valor do produto brasileiro.

“É uma notícia que esperávamos com ansiedade há algum tempo. Isso traz o reconhecimento da qualidade da carne brasileira por um mercado tão importante como o americano”, disse.

Segundo comunicado do FSIS dirigido ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Brasil está autorizado a enviar produtos de carne bovina in natura derivados de animais abatidos.

O FSIS informou que o Brasil corrigiu os problemas sistêmicos que levaram à suspensão e está restabelecendo a elegibilidade das exportações de carne bovina in natura para os Estados Unidos.

Além disso, o FSIS anunciou que irá encerrar os casos pendentes de violação de pontos de entrada associado à suspensão de 2017.

Antes do primeiro embarque, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa (Dipoa) deverá enviar uma lista atualizada de estabelecimentos elegíveis certificados.

Para o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Márcio Sette Fortes, a reabertura do mercado para a carne bovina do Brasil “é promissora para os produtores brasileiros certificados, ainda mais em um cenário de remunerações de exportações pautadas por um dólar valorizado”.

Acordo bilateral

Fortes considerou a decisão dos EUA “de extrema importância para o produtor brasileiro e para a manutenção de empregos no setor”.

Por outro lado, Fortes lembrou que o acordo bilateral EUA-China facilita o acesso de produtos norte-americanos, também do agronegócio, ao mercado chinês.

“É inevitável que as exportações de carnes norte-americanas sejam privilegiadas, em detrimento do produto brasileiro, principalmente diante de um esperado incremento global de produtos do agro norte-americano na China, até 2021, da ordem de cerca de US$ 30 bilhões”.

Dessa forma, observa o diretor da SNA, “o Brasil deve perder boa parte do market share que havia conquistado, tanto mais se considerada a autorização, por parte da China, para importar carne bovina, dos EUA, de animais acima de dois anos e meio de idade. Autorização, é bom lembrar, da qual o Brasil não se beneficia”.

Negociações

Em 2017, as  compras de cortes bovinos do Brasil foram suspensas pelos Estados Unidos devido às reações (abcessos) provocadas no rebanho, pela vacina contra a febre aftosa.

Desde o início do ano passado, a ministra tem feito diversas reuniões com o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, para tratar do assunto. Em junho de 2019, uma missão veterinária dos Estados Unidos esteve no Brasil para inspecionar frigoríficos de bovinos e suínos. A missão retornou em janeiro deste ano.

 

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Equipe SNA

 

Saiba mais: USDA: Brasil deve produzir 10.5 milhões de toneladas de carne bovina em 2020

 

 

 

 

 

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