Empresas precisam de apoio do governo para estocar milho, alerta presidente da Comigo

“Se a indústria não comprar agora na safrinha, até passar o ano, não terá como importar. Tem de estocar o milho da safrinha. É a única maneira de passar o ano com o preço mais ou menos equilibrado”, comenta o presidente da Comigo, Antonio Chavaglia. Foto: Divulgação
“Se a indústria não comprar agora na safrinha, até passar o ano, não terá como importar. Tem de estocar o milho da safrinha. É a única maneira de passar o ano com o preço mais ou menos equilibrado”, comenta o presidente da Comigo, Antonio Chavaglia. Foto: Divulgação

As empresas precisam encontrar um meio com o governo para conseguir crédito para estocar milho o ano inteiro e isso, às vezes, é difícil, mas a cadeia precisa funcionar: suinocultura, avicultura, bovinocultura, de carne e de leite, segundo o presidente da Comigo, Antonio Chavaglia.

De acordo com ele, trata-se de um problema muito complexo, “o que acaba dando um ‘descasamento’ e um prejuízo para os produtores nessa ordem, pois muitos não estão acompanhando os preços de acordo com o mercado”. Em sua opinião, devido a algumas empresas não terem condição de comprar o milho o ano todo, até chegar a outra safra, o milho acaba sendo exportado.

Destaca ainda o fato de que “agora, com esses problemas, como o da quebra de safra deste ano, é preciso que as pessoas estejam mais atentas ainda em procurar, no início da safra, comprar milho para atravessar o ano”. Às vezes, diz ele, “é difícil ter capital para isso, mas no Sul do País, eles estão exportando muito. Então, alguns têm de pegar milho no Mato Grosso do Sul, no Mato Grosso, para poder passar o ano, não tem como ser diferente”.

Chavaglia explica que “o mercado é muito dinâmico, no passado era diferente. Então, temos aí uma situação que não é fácil resolver. A questão financeira das empresas e o crédito para poder estocar durante o ano todo são necessidades. Algumas empresas já fazem isso para ficar mais tranquilas.”

E alerta: “o preço ficará maior um pouco, mas se a indústria de proteína animal e rações não estocarem a situação pode ficar pior ainda. Essas empresas que necessitam de milho precisam ficar muito atentas.”

E ressalta o fato de que, neste ano, porém, o produtor vai ficar mais descapitalizado por causa da queda de produção, apesar de ele ter vendido grande parte da safra a preço de exportação, R$ 24 a R$ 25, e, hoje, o preço está a R$ 40. “Mas os compromissos dos produtores têm que ser cumpridos, então vai sobrar muito pouco para ser comercializado no mercado interno,” acrescenta.

 

SAFRA

Em uma rápida análise, o presidente da Comigo ressalta como foi o fluxo da comercialização da safra 2015/16, no Estado de Goiás, tomando como foco o milho e a soja.

“A soja, em primeiro lugar, teve uma comercialização razoável. A produtividade melhorou e algumas regiões do Estado, com raras exceções, tiveram dificuldades com o clima. Agora, no caso do milho, com essa queda de produção de 35%, 40%, que a Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás) está colocando, vai sobrar muito pouco milho para ser comercializado, porque grande parte já foi comercializada.”

De acordo com ele, “a questão do milho pode ficar muito trágica, ainda, porque não sabemos o quanto vamos produzir, pois é preciso chuva”. “Se a indústria não comprar agora na safrinha, até passar o ano, não terá como importar. Tem de estocar o milho da safrinha. É a única maneira de passar o ano com o preço mais ou menos equilibrado.”

 

Por equipe SNA/SP

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