O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) superou as expectativas de embarque de soja e milho em 2015, antes mesmo de completar seu primeiro ano de operação. De acordo com o consórcio formado pelas tradings CGG, NovaAgri, Glencore e Amaggi/Louis Dreyfus, 3.4 milhões de toneladas de grãos terão sido embarcadas até o último dia do ano. A meta inicial era escoar somente 2 milhões de toneladas.
As exportações brasileiras recordes de milho nesta safra foram cruciais para impulsionar as operações no terminal do porto público de Itaqui, em São Luís. Do total embarcado, 1.1 milhão de toneladas corresponderá ao cereal, disse ao Valor Luiz Claudio Santos, porta-voz do Tegram.
Segundo o executivo, os carregamentos foram basicamente de produto do Maranhão, Tocantins, Piauí e nordeste de Mato Grosso, área de influência direta do porto. Excepcionalmente, 35.000 toneladas de farelo de soja de Goiás foram encaminhadas na semana passada ao porto. “É uma carga que deveria naturalmente descer para os portos de Tubarão ou Santos”, disse.
Além dos volumes maiores de exportação neste ano, que acirraram a competição por transporte, as chuvas nas regiões Sul e Sudeste do País também afetaram os embarques nos portos.
De acordo com Santos, há um “line-up” (fila de navios aguardando carregamento) para 8 milhões de toneladas de milho a serem exportadas. “Paranaguá, por exemplo, tem navios aguardando carregamento há 60 dias”, disse o executivo.
Como previsto, parte da carga hoje levada aos portos do Sul e Sudeste – congestionados e distantes das principais regiões produtoras – deve ser redirecionada aos novos canais de escoamento do chamado “Arco Norte”.
O Tegram elevou de 4 milhões para 4.5 milhões de toneladas a meta de escoamento de grãos para 2016 no único berço que opera no porto. Em meados de 2017, o Tegram dará início à fase dois do projeto, que prevê investimentos de R$ 120 milhões em esteiras transportadoras e em um novo “shiploader” (equipamento que carrega os grãos para o navio) para operar em um segundo berço.
Com a chegada do Tegram – que opera ao lado de um terminal da VLI, empresa de logística que tem a Vale como acionista e também escoa grãos de outras empresas -, Itaqui se consolidou este ano como quarto principal porto de embarques de soja e milho no País, atrás de Santos, Paranaguá e Rio Grande, segundo a administração portuária.
Fonte: Valor Econômico