Embarques brasileiros de soja devem ganhar ritmo entre fevereiro e março

A primeira semana de janeiro reflete a força que registrou o complexo soja brasileiro em 2020. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostraram que não foram computados volumes exportados de soja nesta primeira semana do novo ano, dada a oferta muito restrita do restante da safra 2019/20.

Mais do que isso, a colheita 2020/21, como já vinha sendo esperado, começa um pouco mais tarde em função dos problemas climáticos enfrentados pelas regiões produtoras em quase todo País, principalmente durante o plantio.

“Esse mês de janeiro ainda deve ser fraco para as exportações. Se tivermos algo, será bem pouquinho”, disse Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. Segundo ele, o Brasil deve engrenar mais seus embarques em fevereiro, com sinalizações de que volumes maiores deverão ser registrados entre março e abril.

Mais do que isso, Brandalizze lembra que a China comprou bastante nos Estados Unidos para garantir seu abastecimento e, aos poucos, começa a embarcar também a soja brasileira.

“Não temos muita oferta entre janeiro e fevereiro aqui no Brasil, mas de fevereiro em diante começa a engrenar. A colheita do Paraná começa a andar na semana que vem e isso ajuda”, afirmou o consultor.

Preços

Confirmando o cenário de uma demanda ainda firme pela soja brasileira e da pouquíssima oferta disponível, os prêmios ainda positivos no mercado nacional ganham destaque, inclusive no mercado interno.

Segundo levantamento da Brandalizze Consulting, os compradores oferecem de US$ 0,20 a US$ 0,40 por bushel sobre as cotações da Bolsa de Chicago, enquanto os vendedores pedem entre US$ 1,20 e US$ 1,40.

“O ano de 2021 se iniciou com preços da soja em forte alta no Brasil”, indicaram os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

“A alta vem da interrupção dos embarques na Argentina, de expectativas de menor produção no país vizinho e das valorizações externas e cambial. Em apenas uma semana, as cotações da soja chegaram a subir mais de R$ 10,00/saca”.

De ambas as perspectivas, a soja brasileira já vale mais de US$ 14,00 por bushel. E auxiliados pelo dólar na casa dos R$ 5,50, como fechou o dia a moeda ontem, os preços da oleaginosa no mercado brasileiro seguem firmes. “E quando a vacinação começar em massa no Brasil também vai ajudar os negócios”, disse Brandalizze.

Safra maior

“A soja fechou 2020 como maior produto na pauta de exportações do Brasil e segue com fôlego para continuar
forte em 2021, porque deveremos ter uma safra maior neste ano e assim com maior potencial de exportação para os próximos meses”, indicou o consultor.

Se o Brasil não registrou volumes do grão sendo exportados neste começo de 2021, o farelo de soja dá início à temporada com um acumulado de 450.000 toneladas, contra o total de 1.050 milhão de toneladas em todo o mês de janeiro de 2020.

Segundo Brandalizze, este é um bom sinal para o derivado, que deverá dar sequência ao mês com bom ritmo. Quanto ao óleo, ainda segundo os dados da Secex, foram embarcadas 3.300 toneladas na primeira semana do mês.

 

 

Fonte: Notícias Agrícolas

Equipe SNA

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